Teatro oficina: a serviço de Silvio Santos e dos capitalistas, MBL apoia destruição de patrimônio artístico.

O  IPHAN (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional) deu aval à construção de torres residenciais, pelo Grupo Silvio Santos, ao redor do Teatro Oficina, no bairro do Bixiga, em São Paulo.

Representantes do Teatro Oficina através da companhia teatral fez uma “Nota denúncia“, em que acusa o “aparelhamento sádico” dos órgãos de defesa do patrimônio — além do Iphan, o texto se refere ao Condephaat (Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico), que no ano passado reverteu o tombamento decidido pela própria instituição em 1983.

Ocorre que o Conselho Municipal de Preservação do Patrimônio Histórico, Cultural e Ambiental da Cidade de São Paulo (Conpresp) se eximiu de votar a questão no fim de 2017, deixando que o IPHAN arbitrasse a questão. Era um drible da administração em prejuízo da cultura.

Em defesa dos artistas a nota elaborada pelas arquitetas Carila Matzenbacher e Marília Gallmeister, ligadas ao Teatro Oficina, companhia que tem como diretor o dramaturgo José Celso Martinez Corrêa, o Zé Celso. O advogado da companhia teatral, Marcio Sotelo, já afirmou que irá recorrer da decisão.

Do lado da “grana que destroi coisas belas” a Sisan, companhia imobiliária do Grupo Silvio Santos, tem o projeto de erguer três torres de apartamentos nos três terrenos que envolvem o Oficina — a fachada do teatro dá para a rua Jaceguai.

A coisa já vem de longe. Uma das torres já havia sido autorizada, e agora o Iphan deu aval às outras duas, inclusive a que deve obstruir a vista do famoso janelão criado por Lina Bo Bardi (1914-1992), arquiteta ítalo-brasileira que criou o Masp e Sesc Pompeia e assina o projeto de reforma do Oficina ao lado de Edson Elito.

A força da grana pode fazer desaparecer o JANELÃO. O janelão, de cem metros quadrados, faz a comunicação ou ligação — ou ainda contracenação, como prefere a companhia teatral — do Oficina com a cidade de São Paulo.

Nos aplausos pelo fim da arte e, em apoio irrestrito a burguesia está o MBL. Ao lado dos capitalistas e da destruição da arte, típica do fascismo