Programa do golpe militar também inclui reforma da Previdência

Os militares participaram do golpe de Estado de 2016. A partir do momento em que os generais não se manifestaram, em momento algum, contra as investidas da burguesia contra o governo democraticamente eleito de Dilma Rousseff, ficou óbvio que os golpistas tiveram a “autorização” das Forças Armadas para seguir em frente. Por isso, não faz sentido algum qualquer teoria mirabolante de que os militares são progressistas, contra a corrupção ou contra o governo golpista: eles foram parte do golpe e se apresentam como ferramenta indispensável para o aprofundamento do golpe.

O pacto dos militares com os golpistas se dá por um motivo simples: o comando do Exército, além de ser altamente corrupto, defende, sem escrúpulos, o programa de destruição do Brasil concebido pelo imperialismo. Diante da reforma Trabalhista, das privatizações – inclusive a privatização da Amazônia, da PEC do Teto e tantas outras atrocidades, os militares não deram nenhuma palavra. Sendo assim, o discurso contra Temer e contra a corrupção tem um caráter puramente direitista: é uma crítica ao fato de o governo não estar esmagamento suficientemente a população.

Recentemente, o ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional, o general Etchegoyen, defendeu a reforma da Previdência. Em um vídeo recente que ele publicou nas redes sociais, o general disse que a reforma da Previdência é uma “batalha que exige coragem”, algo importante para o futuro do País.

Um golpe militar não vai trazer nada de bom para a classe trabalhadora. Pelo contrário, o golpe reprimirá toda e qualquer manifestação contrária aos planos do imperialismo. Por isso, é necessário sair às ruas contra a intervenção militar no Rio de Janeiro e, mais amplamente, contra a intervenção militar que está sendo planejada para todo o país.