Golpistas tentaram proibir uma, agora, quase 20 universidades já oferecem curso sobre o golpe de 2016

Jarbas Passarinho, o ministro da Educação do golpe de 64, tem algo  em comum com Mendonça Filho, protótipo de ministro da educação do golpe de 2016, para violar a liberdade de ensino e a vida dos que lutavam contra a ditadura militar. Ambos já guardam, todavia, diversas semelhanças sombrias no pensamento ideológico. Passarinho também ficou celebrizado por perseguir estudantes e professores universitários, sobretudo da Universidade de Brasília, que liderava uma greve corajosa contra a ditadura, em 71. O então ministro recebia as lideranças em seu gabinete para dar um puxão de orelha severo de pai, despedia-se aconselhando-os a se afastar de movimentos subversivos e baderneiros e dias depois eram todos identificados, presos e encaminhados às masmorras da tortura.

Mendonça Filho, com o mesmo ímpeto, ideológico conservador, em uma  demonstração clara de ignorância política, qualificou como proselitismo político e doutrina ideológica um curso dedicado a discutir o país, após o golpe de 2016, e seus efeitos para a democracia,  usando do expediente de entrar com uma ação  no golpista sistema judicial, para impedir as disciplinas do golpe de 2016.

A reação à tentativa esta sendo proporcional à investida golpista de censura. Já são vinte as universidades que estão disponibilizando a disciplina, que vai discutir de maneira mais elaborada o golpe de estado de 2016. Isso demostra o bastião de resistência, que estão se transformando as universidades brasileiras. Por isso a censura e as perseguições por parte do governo contra estudantes e Professores dentro das universidades.