EUA saíram do Conselho de Direitos Humanos para violar direitos na fronteira mais à vontade

Os Estados Unidos se retiraram do Conselho de Direitos Humanos das Nações Unidas (UNHRC). O anúncio foi feito em enbtrevista coletiva na terça-feira pelo Secretário de Estado, Mike Pompeo e pela Embaixadora dos Estados Unidos nas Nações Unidas, Nikki Haley. O pretexto foi a pretensa política anti israelense do órgão. O anúncio foi objeto de repúdio ao redor do mundo exceto por parte de Israel cujo Primeiro-Ministro, Benjamin (Bibi) Netanyahu, agradeceu os Estados Unidos pela decisão que classificou de corajosa e classificou o órgão da ONU como tendencioso, hostil, anti israelense e traidor de sua missão de proteger os direitos humanos.

A ONU foi concebida como órgão através do qual o imperialismo norte-americano poderia controlar o mundo. Basta lembrar que entre os principais envolvidos na sua estruturação estava a família Rockefeller que chegou a doar uma área para a construção da sua sede em Nova Iorque. Embora mantenha o controle da maioria dos órgãos que são parte da ONU, os Estados Unidos vez por outra tem esse controle ameaçado ou mesmo perdido. No ano passado após muitos anos de atritos os Estados Unidos e Israel retiraram-se da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO). Logo após a sua fundação o Conselho de Direitos Humanos da ONU estabeleceu por votação que permanentemente em todas as suas seções seria efetuada uma resenha das alegações de violações de direitos humanos por parte de Israel. Além disso foi estabelecido que o relator especial sobre o conflito entre Israel e a Palestina seria o único especialista do órgão com mandato permanente. Isso foi o suficiente para que os Estados Unidos boicotassem o órgão desde o seu início. A retirada dos Estados Unidos da UNHRC vem com um bônus adicional que é o desapararecimento de qualquer aparência de comprometimento com os direitos humanos.

A decisão do governo imperialista dos EUA vem exatamente no momento em que são exibidas nos jornais de todo o mundo imagens de crianças enjauladas nos Estados Unidos como resultado da sua política anti imigração. Soma-se a isto as recentes retiradas do país de acordos comerciais multilaterais, da imposição de tarifas a seus parceiros comerciais, sanções a países considerados inimigos (que atingem países considerados amigos) além do rompimento unilateral do acordo que a administração anterior havia celebrado com o Irã em torno da questão das armas nucleares daquele país. As críticas por parte dos países da Europa Ocidental (leia-se França e Alemanha) são cada vez mais frequentes. No momento cresce o número de países que estão se desfazendo dos títulos da dívida norte-americana componentes de suas reservas cambiais.

É visível que o imperialismo norte-americano decidiu pelo isolacionismo internacional e pelo incremento da agressão militar como instrumento para manter seu domínio mundial. O apoio ao domínio norte-americano no mundo encontra-se em regressão e é motivo de grandes divergências entre as burguesias dos países centrais. A crise dentro do capitalismo persiste e explica a aparente falta de sentido nas políticas dos países centrais.