Ditadura: jornalista Paulo Henrique Amorim é submetido a condução coercitiva

A mais nova vítima da ditadura policialesca, lavajatesca, que se instaurou no país é o jornalista Paulo Henrique Amorim, dono do canal Conversa Afiada, que costuma dirigir críticas ao sistema corrompido do período pós-golpe.

Ele foi conduzido coercitivamente à Policia Federal por ter feito uso de sua liberdade de expressão e manifestado seu repúdio ao estado de exceção vigente no país. Segundo os agentes da repressão, seria um atentado contra a reputação daquela instituição, e não deveria ser permitido.

O jornalista foi processado pelos delegados federais Mauricio Moscardi da operação Carne Fraca e Igor de Paula da Operação Lava Jato, pela delegada Érika Marena, também da Lava Jato, pelo deputado federal Fernando Francischini (PSL), dentre muitos outros, tendo sido obrigado a gastar dinheiro e tempo com viagens a várias cidades para se defender.

Em Duque de Caxias, no Rio de Janeiro, Amorim teve que se apresentar a uma juíza leiga, pois, segundo ele, não havia uma autoridade judicial competente para ouví-lo. A audiência durou apenas um minuto, e a acusação foi de que ele teria divulgado manifestações públicas, de redes sociais, feitas por funcionários da Polícia Federal que se destinavam a recriminar Lula e Dilma e a favorecer Aécio Neves nas eleições de 2014.

Paulo Henrique Amorim também sugeriu que a Polícia Federal, depois do golpe de 2016, deveria ser fechada e reconstruída, refundada, como uma nova instituição republicana.

Nota-se, com isto, que a ditadura está em pleno vigor e não se pode depositar nenhuma confiança nas instituições. Está mais do que claro que é necessário sair às ruas, se mobilizar, e exigir o fim do golpe de estado pelas vias de fato, pela força popular, sem esperar nenhuma outra arbitrariedade por parte dos usurpadores do poder.