Final da Copa: os povos oprimidos torcem para a Croácia contra a França imperialista

Neste domingo a partir das 12 horas, horário de Brasília, ocorrerá a final da XXI Copa do Mundo da história, a Copa da Rússia. Copa que teve a participação de 32 seleções, dos cinco continentes, mas que o imperialismo já havia decidido que a Copa teria que ficar pela 4ª vez seguida com um país imperialista europeu, sendo que os últimos três campeões mundiais foram: a  Itália em 2006, a Espanha em 2010, e a Alemanha em 2014. E o último campeão não europeu, foi a seleção brasileira em 2002.

Para que, depois do golpe dado internamente, na própria Copa de 2014 no Brasil, pelos golpistas de dentro e o interesse do imperialismo de fora conseguiram fazer da Alemanha campeã do Mundo em 2010. Para que agora se repetisse a receita e um país europeu imperialista ganhasse a Copa, instituíram o VAR (árbitro de vídeo), com a desculpa da ética e da justiça no futebol, o que vimos durante a Copa, foi a utilização do VAR a favor das grandes seleções europeias imperialistas, em especial, a Alemanha, a França e até de seu segundo escalão como a Bélgica

A Copa revelou-se muito política, como há muito procuramos esclarecer. E como resultado dos interesses imperialistas e com o uso do VAR, chegou a final uma das grandes nações imperialistas, a França, e como seu adversário, por um acidente do planejamento imperialista, um adversário que não figurava entre os preferidos do imperialismo, a Croácia.

No Brasil, uma parcela da esquerda, assim como a direita, já declaram a sua torcida pela França, a equipe “multicultural”, que por sinal assim como os clubes espanhóis do Real e do Barcelona, a grande maioria de seus atletas não são franceses, mas originários de suas colônias, que conseguiram suas independências no final da década de 50 e início dos anos 60, como foram os seguintes  países africanos que se tornaram independentes da França no século XX : Marrocos, Tunísia, Guiné, Camarões, Togo, Senegal , Madagascar, Benin, Níger, Burkina Faso, Costa do Marfim, Chade, República do Congo, Gabão, Mali, Mauritânia, Comores, Djibouti, República Centro Africana e Argélia, sendo que inclusive neste país negro na luta pela sua independência, um milhão de argelinos foram mortos pelo exército francês e mais de 10 mil aldeias queimadas pelo exército francês.

A equipe francesa tem jogadores filhos de pais de 17 ex-colônias do país, sendo que o meia Thomas Lemar é nascido em Guadalupe, que compõe o grupo de países (colônia) da França ultramarina, assim como Martinica, já o goleiro Steve Mandanda, nasceu na República Democrática do Congo, e o zagueiro Samuel Umtiti, em Camarões. E para aqueles que acreditam ser a seleção francesa, a representante do lema, “Liberdade, Igualdade e fraternidade” há de se lembrar o caso de Karim Benzema, atacante do Real Madrid e de origem argelina que foi à Copa de 2014 e está ausente da Copa da Rússia, segundo ele, por pressão da direita racista.

Com a alegação de que a seleção croata seria uma seleção de nazistas, por conta do episódio em que o zagueiro Domagaj Vida, autor de gol na classificação contra a Rússia pelas quartas, apareceu em um vídeo juntamente com o observador técnico Ognjen Vukojevic. Na filmagem ambos fazem uma saudação utilizada por grupos neofascistas na Ucrânia. O zagueiro falou “Glória para a Ucrânia”, enquanto o participante da comissão técnica completou, “esta vitória é para o Dínamo e para a Ucrânia”. Os dois, Vukojevic e Vida jogaram pelo Dínamo de Kiev, um dos principais times ucranianos. Clube que é inclusive, famosíssimo por sua história contra o nazismo, quando durante a segunda guerra mundial, foram obrigados a jogar (na época o clube mudou de nome para Start) contra o pelotão alemão de Hitler, com a ameaça de que se ganhassem seriam mortos, para defender a dignidade de seu povo, venceram e alguns dias depois vários de seus jogadores foram fuzilados pelo exército alemão.

O que de fato se trata aqui é que temos na final da Copa Russa uma seleção do imperialismo, a França, e uma seleção de um país também oprimido pelo imperialismo, a Croácia, portanto, assim como vários povos de inúmeros países oprimidos torcem pela amarelinha da Seleção brasileira quando essa está na Copa do Mundo, ou enfrentando um país imperialista, a maioria dos povos oprimidos torcerão neste 15 de julho de 2018 pela seleção croata de futebol.