Diante de críticas, MP pede arquivamento de processo que censurava peça

O Ministério Público de São Paulo pediu o arquivamento da investigação contra a polêmica exibição La Bête, na qual um homem nu fica deitado no meio de uma sala e pessoas podem tocá-lo como forma de interação.

Na apresentação, o coreógrafo carioca Wagner Schwartz, ao fazer uma leitura interpretativa da obra “Bicho”, de Ligia Clark, interagiu com uma mulher e uma criança. O artista, deitado e nu, foi tocado pela garota nos pés e na canela. À época, o caso foi criticado e divulgado em vídeo nas redes sociais, em especial por grupos conservadores como o MBL.

Segundo a procuradora da República Ana Letícia Absy, “a mera nudez não tipifica pornografia por não conter contexto erótico e, de acordo com a lei, o Estatuto da Criança e do Adolescente não foi ferido. Ainda de acordo com a interpretação, para caracterização do crime investigado, as imagens teriam que conter cena de sexo explícito ou pornográfica envolvendo criança ou adolescente ou ainda situações em que o menor é retratado de forma sexualizada, com a intenção de satisfazer ou instigar desejo sexual alheio”.

O caso chegou a ser tema de CPI dos maus tratos, presidida pelo conservador e golpista senador Magno Malta, para a qual foram chamados o curador da exposição, Luiz Camilo Osório, e o coreógrafo Schwartz, que chegou a ser alvo de um requerimento de condução coercitiva pela CPI, posteriormente suspensa pelo ministro do Supremo Tribunal Federal, Alexandre de Moraes.

Em tempos de ascensão da ideologia direitista, os conservadores policialescos, tentam enquadrar toda a população dentro de um comportamento, ou seja, maneiras de agir e pensar, onde os regressistas tem como ideal.