Vendedor processa patrão e é obrigado a pagar R$ 750 mil ao ex-chefe

Os patrões, no seu cinismo, costumavam reclamar dizendo que a justiça sempre dava ganho de causa ao trabalhador. Isso realmente acontecia com frequência nas causas pequenas, apesar de a maioria dos juízes serem de direita, devido à situação que se repete em praticamente todas as empresas – se não todas – onde o trabalhador está sempre esmagado.

Agora, depois da reforma trabalhista, depois do golpe, nem isso está ocorrendo. Tem sido muito frequente os casos em que trabalhadores recorrem à justiça para serem indenizados pelas injustiças que sofrem no ambiente de trabalho e são condenados, humilhantemente, a indenizar o patrão. As quantias estipuladas nesses casos são impossíveis para a maior parte dos trabalhadores, que, via de regra, recebem um salário de miséria.

No último dia 7, uma sentença dada por uma juíza de Mato Grosso condenou um vendedor a pagar R$ 750 mil de indenização ao ex-patrão, que ele processava na Justiça sob a acusação de irregularidades trabalhistas.

A ação movida pelo vendedor tramitava desde 2016, ou seja, antes da votação da reforma trabalhista. No entanto, ao decidir, a Justiça considerou que o intervalo de quatro meses entre a aprovação dessa reforma anti- povo  – que deveria ser considerada criminosa – e a entrada dela em vigor seria tempo suficiente para o vendedor reavaliar os riscos do processo.

Tal justificativa demonstra claramente o nível de cinismo do judiciário para justificar uma dura realidade: se antes os trabalhadores estavam esmagados, agora o projeto da direita é incinerá-los vivos.

Por isso, o povo não deve nenhum respeito a esse judiciário golpista e a esses juízes, inimigos do povo que recebem salários estratosféricos e não pensam duas vezes antes de esmagar a classe trabalhadora.

É dever de todo movimento popular e de todo partido de esquerda questionar às últimas consequências a ditadura do judiciário, demonstrando a todos a podridão da justiça, que deve ser toda reformulada, começando pela eleição dos juízes pelo povo, para que ele não fique à mercê de almofadinhas que nunca souberam o que é trabalhar na vida.