Valor especulativo das empresas de tecnologia é artifical e ameaça desencadear uma nova crise financeira

Em apenas um único dia, as ações do Facebook despencaram quase 20%. Entre os dias 25 e 26, Mark Zuckerberg viu o valor de sua empresa cair de 629,6 bilhões de dólares para 506,2 bilhões. Essa já é, de longe, a maior queda das ações do Facebook na História.

A queda monstruosa do valor da empresa norte-americana aconteceu logo após o Facebook anunciar uma estagnação no seu crescimento. Após conquistar usuários em praticamente todos os lugares do mundo e ter implementado uma série de medidas de censura, o Facebook se encontra muito próximo de ver seu número de usuários começar a cair.

A perda que o Facebook teve em apenas um mês mostra a completa instabilidade da etapa em que o capitalismo se encontra. Afinal, essa perda – que pode se aprofundar nos próximos dias – comprova que as empresas de tecnologia não têm nenhum valor real: seu dinheiro é momentâneo, volátil, e se deve tão somente à especulação que os investidores promovem em meio as promessas de desenvolvimento da empresa. Bastou que um cenário nebuloso fosse apresentado que parte expressiva da especulação foi embora – os mais desconfiados abandonaram o barco e deixaram toda a estrutura especulativa montada sob o Facebook abalada.

As empresas de tecnologia não construíram seus impérios sobre algo real, como a força de trabalho, mas sim sobre a promessa de uma venda astronômica da “novidade”. Com o tempo, no entanto, o parasitismo das empresas, bem como a própria saturação do mercado, levam seus investidores a largar tais empresas.

A queda brutal do valor do Facebook pode desestabilizar toda a camada especulativa criada pelo imperialismo e levar a uma crise financeira sem precedentes. Por isso, é necessário ficar atento às derrocadas das empresas multimilionárias e mobilizar os trabalhadores para que ponham abaixo esse regime completamente artificial e caótico.