Transição Socialista a favor do imperialismo contra as empresas estatais

“O central para a classe operária não é saber a cor da bandeira do patrão”. Essa frase já deveria ser suficiente para desqualificar definitivamente o artigo “venda da Embraer: exploração ou exploitation?”, do grupo Transição Socialista.

Criticando ferrenhamente os setores que se colocam contra a privatização da Embraer – conglomerado brasileiro responsável pela fabricação de aeronaves -, o grupo chega a seguinte conclusão: como a Embraer não pertence aos trabalhadores – uma vez que o Estado é controlado pela burguesia -, não importa se ela será controlada por patrões brasileiros ou estrangeiros. Na verdade, o artigo chega ao cúmulo de dizer que seria até melhor que a Embraer fosse vendida para a Boeing – empresa americana -, pois facilitaria a revolução socialista.

Utilizando frases floridas, o artigo é nada menos que uma colaboração direta com os interesses do imperialismo. De maneira ridícula, o Transição Socialista, que apoiou o golpe e a prisão de Lula, sustenta que o imperialismo investiu bilhões de dólares para desestabilizar o país, acionou as Forças Armadas, entre tantas outras coisas, para favorecer a revolução socialista. Trata-se, obviamente, de um insulto a todo o movimento operário.

O único objetivo que alguém é capaz de encontrar em um artigo como esse é o de paralisar completamente a forte tendência à mobilização dos trabalhadores. E esse é justamente um dos maiores erros do artigo do Transição Socialista: insinuar que os trabalhadores não devem se mexer agora, mas que estes, de repente, “do nada”, se insurgirão contra seus patrões quando a Embraer for inteiramente entregue ao imperialismo. Afinal, a consciência dos trabalhadores não adviria da experiência, mas sim de uma vontade divina, como parece sustentar o Transição Socialista.

Frases bonitas, exercícios de futurologia e teses sem pé nem cabeça – tudo isso deve ser deixado de lado pelos trabalhadores para que baseiem suas ações na única coisa que é real no momento: o interesse unificador das massas em lutar contra a ofensiva da direita golpista. Por isso, é necessário fortalecer os comitês de luta contra o golpe, exigindo a liberdade de Lula e a anulação do impeachment, e preparando os trabalhadores para agir sempre que a direita se manifestar.