Temer não manda no Exército, muito pelo contrário

Para muitas pessoas, inclusive para a própria lei, Michel Temer seria o chefe máximo das Forças Armadas. E, sendo assim, ele que teria tido a ideia de intervir no Rio de Janeiro com os militares, com incursões em favelas, registro de moradores, etc. Tudo sob o pretexto de combater a violência, e, segundo algumas análises erradas, fazer campanha eleitoral.

A maior parte da esquerda considera que a presença dos militares não quer dizer nada. Alguns até falam que é uma campanha eleitoral de  Temer. O efeito eleitoral dessa ocupação não existiu, até o momento.

Quando o general Hamilton Mourão fez a segunda declaração sobre o golpe e as intenções dos militares, Temer exonerou Mourão da Secretaria de Economia e Finanças do Exército. Porém, quando Mourão foi reformado, foi descoberto que o general não saiu da secretaria. E ainda exonerou pessoas da secretaria da qual ele não dirigia mais. Isso mostra que Temer não manda em nada. Deu o comando mas ninguém obedeceu. Muito pelo contrário.

Neste momento, os militares estão agindo com extrema cautela. Em alguma medida, não existe de fato uma ocupação militar no Rio, como pode-se imaginar. As Forças Armadas estão se preservando de enfrentamentos desgastantes, estão fazendo um trabalho de inteligência, para fazer uma operação menos custosa.

Isso mostra que ocuparam uma oposição importante no regime político e estão buscando se firmar dentro do regime e começar um projeto de expansão para o resto do Brasil, independente do que pensa Temer, até mesmo contra ele.

É preciso fazer uma intensa campanha contra a intervenção militar, no Rio de Janeiro e no Brasil inteiro.