STJ abre caminho para tornar Lula o maior preso político da atualidade

Em mais uma demonstração de coesão digna de um bloco, repetindo o espetáculo obsceno estrelado pelos três desembargadores do TRF 4, o Superior Tribunal de Justiça negou o Habeas Corpus preventivo impetrado pela defesa do ex-presidente Lula contra a iminente prisão arbitrária no caso do Triplex do Guarujá.

Muito embora a decisão do STJ não implique na execução imediata da Sentença do agente da CIA, “Mister” Moro, é mais um indicativo de que a prisão de Lula é o próximo grande passo da agenda do golpe. Isso serve de derradeiro alerta para as alas da esquerda crédula que, contra todas as evidências, ainda esperava uma saída puramente institucional para o golpe.

Mais uma vez, houve unanimidade dos magistrados para condenar o ex-presidente. Entre os argumentos descarados utilizados para rasgar a presunção de inocência assegurada pela Constituição de 88 – hoje, um documento muito mais histórico do que jurídico-aplicável – vale destacar a fala Jorge Mussi, que afirmou não haver ameaça concreta de produção de ilegalidades no processo movido contra o ex-presidente. Tal entendimento foi corroborado nas tediosas e protocolares falas dos outros ministros.

Resumindo: o STJ negou o Habeas Corpus preventivo afirmando sua desnecessidade, no momento, uma vez que Lula não está sob real ameaça de ilegalidade; este foi o frágil cerne da tese utilizada para permitir a prisão de Lula, sem, contudo, fechar as portas a uma possível revisão, caso a pressão imponha tal recuo como inevitável. Os golpistas de todas as instituições correm contra o tempo para impedir a candidatura de Lula, mas correm com passos leves de lebre, pisando nos frágeis ovos da insurgência popular.