Só a mobilização revolucionária garante o direito ao voto em 2018

Em 2016 o golpe de Estado que derrubou Dilma Rousseff por meio de um processo fraudulento e comprado de impeachment enterrou a chamada Sexta República. Inaugurou-se um novo regime político, que ainda busca se consolidar diante da divisão da própria direita entreguista funcionária do imperialismo e de uma resistência por enquanto muito fraca dos trabalhadores.

Apesar de ainda estar vacilante, a direita golpista não deixou de avançar desde que usurpou o poder substituindo sem nenhum voto a presidenta legítima que representava 54,5 milhões de eleitores. Aprovaram a reforma trabalhista que transformará os brasileiros em um povo de escravos, cortaram os gastos de modo que os serviços públicos (hospitais, escolas etc.) serão destruídos e se preparam para roubar a aposentadoria de todo trabalhador que contribui com a Previdência hoje.

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O golpe precisa ser encarado de frente e enfrentado de conjunto

As tentativas das organizações operárias de se contrapor ao desmonte do país por enquanto não foram efetivas. Um dos problemas é que o golpe ainda não foi enfrentado de forma abrangente, de conjunto. As lutas isoladas contra cada reforma golpista, uma de cada vez, não está levando a lugar nenhum porque tenta contornar o problema do golpe e do enfrentamento contra a direita.

Para impedir o plano de miséria generalizada que a direita colocou em marcha contra todos os trabalhadores é preciso encarar o golpe de frente. Neste momento, a luta contra o golpe passa pela defesa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Visto como seu representante político por amplos setores das massas trabalhadoras, Lula não é alvo da direita golpista sozinho. Justamente os setores que ele representa estão sendo atacados.

A perseguição contra Lula e o PT são uma etapa fundamental para consolidar o novo regime que está sendo erguido, e para anular a resistência à destruição do Brasil promovida pela direita teleguiada. A direita está buscando desmontar as grandes organizações operárias e os partidos de esquerda, para desorganizar os trabalhadores impedindo-os de enfrentar a miséria programada que vai recair sobre toda a população.

Como explicou Rui Costa Pimenta, presidente do PCO, na quarta-feira (24), dia do julgamento do Lula no TRF4, em entrevista durante a cobertura ao vivo da Causa Operária TV do julgamento e dos atos daquele dia, o TRF4 “mandou um recado” com o placar de 3 a 0 contra Lula: “Não vai ter saída negociada para o problema. O golpe procura se impor pela força contra o PT e a esquerda em geral. A ilusão de que isso poderia ser resolvido por meios jurídicos e legais vai desaparecer. É preciso tirar essa conclusão.”

Portanto, para enfrentar o golpe, não adianta mais alimentar esperanças no Judiciário ou em negociações com a direita. Quem nutria esse tipo de ilusões, terá que se desfazer delas depois do que o TRF4 fez. Não há negociação possível e o ex-presidente foi condenado sem provas, de novo.

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A direita mandou um recado: não é possível uma saída negociadas, por meio de negociações parlamentares ou recursos jurídicos

Um complemento à fala de Rui foi a intervenção de Antônio Carlos Silva, dirigente do PCO e professor na rede estadual de ensino em São Paulo, durante o ato contra a condenação de Lula na Praça da República, em São Paulo, também no dia 24: “Não vai ser com discurso no Congresso. Não vai ser com recurso na justiça. O caminho para derrotar o golpe foi ontem e é hoje a mobilização na rua, a mobilização revolucionária. Não se trata apenas de eleições. Se o companheiro Lula for preso, isso significa reintroduzir todas as medidas do governo bandido do Temer. Nós temos que ir para as fábricas e as escolas construir comitês de luta contra o golpe. Não vai ser na lei, vai ser na marra! ”

O enfrentamento contra a direita não pode mais ser evitado. Caso contrário, a direita destruirá as organizações de trabalhadores, incluindo sindicatos, movimentos sociais e partidos de esquerda em geral. Para organizar essa luta é preciso construir comitês de luta contra o golpe. A justiça e as instituições da República foram completamente tomadas pela direita golpista a serviço de interesses estrangeiros. É preciso se mobilizar nas ruas, de forma organizada. Com protestos massivos e greves, métodos tradicionais da classe operária de luta política.

Essa é a única forma de recuperar os direitos que estão sendo subtraídos da população, como os direitos trabalhistas e o direito de escolher seu próprio candidato nas eleições, sem interferência de juízes que não foram eleitos por ninguém.