Sem apoio no PSDB, Doria procura DEM

O prefeito direitista de São Paulo (SP), o tucano João Doria (PSDB) nunca escondeu suas grandes e megalomaníacas ambições: se pudesse, alçaria voo da prefeitura de São Paulo à presidência da república. No entanto, diante de sua crescente impopularidade está cada vez mais notável que, mesmo nas eleições controladas pelos golpistas, a sua candidatura à presidência está totalmente inviável.

No entanto, a situação para Doria é mais complexa do que isso. Sua impopularidade não se resume a esquerda ou mesmo aos setores mais pobres da população: o mimado prefeito da terra da garoa é impopular com gosto! O tucano não consegue apoio nem entre seus pares da mesma espécie: os tucanos.

Diante de tamanha impopularidade – palavra suave, visto que a população não apenas o considera impopular, mas tem asco profundo do prefeito almofadinha -, após se aproximar do PSD, o prefeito mais odiado da história de São Paulo busca apoio em um partido ainda mais direitista, na esperança de conseguir se candidatar a governador: o DEM. A intenção é pressionar os tucanos através do antigo partido do regime militar.

Doria já se reuniu com Rodrigo Maia (DEM – RJ), com o prefeito de Salvador, ACM Neto (DEM/BA) e deve almoçar no sábado com o secretário estadual de Habitação, Rodrigo Garcia, pré-candidato do DEM ao governo, e com dirigentes paulistas da sigla. A ideia é oferecer a Garcia a vaga ao Senado.

Aparentemente , tudo indica que o plano do prefeito playboy está se delineando da seguinte forma: o presidente licenciado do PSD, ministro Gilberto Kassab, seria o vice de Doria na chapa e o chanceler Aloysio Nunes (PSDB), o segundo candidato ao Senado. Esse plano está, claramente, incomodando os aliados de Alckmin.

Tal articulação demonstra, além da crise interna em que se encontra o PSDB desde o golpe, que Doria se superou e conseguiu algo extraordinário: ser o tucano que nem os tucanos suportam.