Privatizações: Estadão só lembra que STF não pode legislar quando legisla contra ele

O regime político erguido sobre o golpe de Estado de 2016 depende de maneira imprescindível do Judiciário. Mesmo a direita tendo tomado a presidência da República, uma série de prefeituras, a presidência da Câmara dos Deputados e do Senado, as contradições do bloco golpista não têm permitido uma ação unitária, tornando necessária a intervenção do Poder mais corruptível de todos: o Judiciário, um poder imperial, que não precisa ser submetido a eleições e não tem sobre si nenhum tipo de controle popular.

Sem o Judiciário, o imperialismo não conseguiria dar celeridade a todos os seus planos. Foi graças ao Judiciário, por exemplo, que o ex-presidente Lula foi preso antes mesmo de ser julgado em terceira instância – isto é, sem ter o direito da presunção de inocência. Foi também o Judiciário que, embora sem sucesso, havia tentado destituir Renan Calheiros quando este era presidente do Senado Federal – isto é, um homem que havia sido eleito duas vezes, pelos alagoanos e pelos próprios senadores.

O STF atropelou a Constituição e interferiu no Legislativo e Executivo centenas de vezes após o golpe. A imprensa burguesa, por sua vez, ficou calada. No entanto, nessa semana, o jornal golpista Estadão se manifestou contra atuação do Judiciário – ou melhor, da ala “rebelde” do Judiciário. Segundo o Estadão, há uma “militância antiprivatização” do ministro do STF Ricardo Lewandowski. Na matéria, o STF é acusado de uma “clara interferência na seara alheia.

As contradições da burguesia, ora apoiando o Judiciário, ora criticando-o, mostra a crise do regime político. É necessário, portanto, reunir os trabalhadores e todos os oprimidos para derrubá-lo. Anular o impeachment! Liberdade para Lula! Greve geral contra os golpistas! Lula presidente!