Primeira aula do “Golpe de 2016” é ministrada na UnB

A última segunda-feira, dia 05, foi marcada pela aula inaugural do curso “Tópicos Especiais em Ciência Política: O Golpe de 2016 e a Democracia no Brasil” ministrada pelo professor Luís Felipe Miguel. Após amplo ataque por parte da imprensa a serviço do golpe e ameaças vindas do Ministro da Educação José Mendonça Filho – via Twitter, ao mais refinado estilo Donald Trump – a universidade pública cumpriu com o prometido, passando a ofertar o curso na primeira semana de março. Houve o reforço na segurança do campus, mas nenhuma ocorrência foi registrada.

Mesmo com a consolidação do consenso acadêmico de que a manobra jurídico-parlamentar – hoje sabidamente apoiada por forças imperialistas, com a anuência das forças armadas e compra de parlamentares – que retirou Dilma Rousseff da presidência da República foi um golpe, os setores antipopulares insistem em lutar contra o termo. É justamente neste ponto que erram.

Ao tentar tolher a opinião acadêmica, os golpistas conseguiram replicar o curso em dezenas de outras universidades ao redor do país, além da exposição da censura, uma característica inconfundível da porcamente disfarçada ditadura instalada.

A promoção de cursos para análise e divulgação da tomada criminosa do poder, que tem como objetivo o aprofundamento das medidas neoliberais dos anos 90, ainda que reformatado em uma ditadura militar, é um ponto positivo. Em tempo, é bom que se diga que, logo, infelizmente, os cursos universitários mostrarão o quanto a paralisia da esquerda diante da intervenção militar foi gravosa no aprofundamento do golpe.

Disso tudo, resta a lição de que palavras de ordem claras e objetivas, baseadas em análises materiais da realidade, sem oportunismos eleitoreiros e otimismos irreais, constituem o melhor caminho a ser seguido.

Abaixo o Golpe! Não à prisão de Lula! Não à intervenção militar!