Poeta mineiro Ricardo Aleixo lança antologia poética: “Pesado demais para a ventania”

Ricardo Aleixo nasceu em Belo Horizonte (MG), em 1960, e no movimento das artes vem crescendo década após década, dinâmico como a arte e a vida. Ficou conhecido por ser um performer. O termo da língua inglesa equivale à palavra semelhante em português: performance. Para os adoradores das artes, a palavra traz algo de imediato: um artista completo, de várias facetas em suas apresentações de dança, canto, teatro, mágica, mímica, malabarismo…Então, podemos chamá-lo de poeta, artista visual e sonoro, compositor, locutor, ensaísta, curador, se tratando aqui, de um executante performista ou performador.

Algumas palavras breves sobre sua história. Aos 17 anos Aleixo já escrevia poemas, e como todo jovem sonhador, seu maior desejo era de publicá-los. Penou um tanto, mas o fez quando completou 32 anos, com a obra denominada “FESTIM” – o livro que segundo os leitores é uma verdadeira festa -, seu primeiro livro, que contou com 32 poemas. Aparentemente, celebrou sua vida com um poema para cada ano de existência, em uma tiragem de 500 exemplares de mesma aparência.

Como performer, já se apresentou até “pelas Europas”, e, mais recentemente, na Flip de 2017, junto a Tenda dos Autores, onde teve a eletricidade de um show de rock, bem ao seu estilo.

Sobre o atual livro, 26 anos após o lançamento de FESTIM, o autor lança essa obra que, de chegada, já deixou todos os críticos satisfeitos.  espectadores merece atenção pelo denso e refinado conteúdo. Uma  seleção com o melhor de sua produção poética. Em sua obra, cuidadosamente trabalhada desde a estreia em livro nos anos 1990, podemos encontrar uma mescla do melhor da poesia e das artes brasileiras dos séculos XX e XXI, pois o artista é lírico e profundo, além de ser experimental e trazer depoimentos pessoais sutis porém marcantes.

Trecho do livro

Cantiga de caminho / Sou filho de mãe mineira meu pai é de Minas Gerais sei rezar latim pro nobis sou primo do preto Brás / Sou filho de pai mineiro mamãe é de Minas Gerais vou vivendo como vivo faço o que ninguém mais faz / Desde menino eu misturo o antes, o agora e o depois sei somar zero com zero e ainda divido por dois / Desde menino eu misturo o antes, o agora e o depois sempre que posso eu passo o carro à frente dos bois / Sou filho de pai mineiro mamãe é de Minas Gerais sou rosa e pedra no caminho sou capaz de guerra e paz / Sou filho de mãe mineira meu pai é de Minas Gerais dou volta e meia no mundo e o mundo não acaba

Vale a pena conferir toda a paixão desse verdadeiro mestre das artes contemporâneas, da performance e da poética.