Plano B: PT define Haddad como vice e possível candidato caso Lula seja impedido

Em Convenção Nacional realizada no último sábado, em São Paulo, o Partido dos Trabalhadores reafirmou a candidatura de Luís Inácio Lula da Silva à Presidência da República. No final de domingo, lançou como candidato a vice, o ex-prefeito de São Paulo, Fernando Haddad.

De acordo com nota divulgada no site de Lula, “Haddad será o porta-voz de Lula até o trâmite final da homologação da candidatura Lula na Justiça Eleitoral”. Concluída essa etapa, segue a nota, “a ex-deputada Manuela D´Ávila assumirá a posição de vice na chapa, por indicação do PCdoB, que aprovou, também, uma coligação nacional com o PT”.

Essa decisão da Convenção do PT está sendo interpretada nos meios politicos e admitida também por setores da própria direção do Partido, como uma sinalização para a conformação de um “Plano B”, na medida que a candidatura Lula não seja homologada pela Justiça Eleitoral. Nesse hipótese, Haddad seria alçado a condição de candidato à presidência, tendo Manuela como vice.

O Partido da Causa Operária tem insistentemente manifestado que a possiblidade da consumação de um “Plano B” é a política que vai ao encontro dos planos dos golpistas que pretendem utilizar das eleições para dar uma aparência “democrática” ao golpe de Estado em curso no país, dando aparência legal a um governo golpista “referendado” por meio de eleições fraudulentas, sem a participação de Lula.

As eleições não são o terreno preferencial para a luta e a organização da imensa maioria do povo. A própria experiência brasileira é uma demonstração disso, através de todo tipo de manipulação utlizada pela burguesia e pelos seus monopólios das comunicações, como nas eleições de 89, 94 e 98, contra o próprio Lula.

As eleições de 2018 estão sendo organizada para serem ainda mais controladas pela direita  golpista, basta ver a escandalosa operação das instituições do Estado, em particular o Judiciário, para cassar a candidatura de Lula e mantê-lo preso há mais de 110 dias, em aberta violação à própria Constituição Federal.

A questão fundamental que deve estar presente é que a candidatura Lula expressa a própria luta contra o golpe. Lula é, indiscutivelmente, o maior líder popular do país e é justamente por isso que a sua viabilização como candidato só pode se dar por uma poderosa mobilização popular que ponha na defensiva os próprios golpistas. Ou seja, somente a mobilização popular poder impor a candidatura de Lula contra a vontade dos donos do golpe.

O que está colocado nesse momento é justamente organizar essa mobilização popular. Nesse sentido, fazer um ato gigantesco em Brasília no próximo dia 15 de agosto é a tarefa central do momento, uma ponto de partida para uma luta que quebre os planos dos golpistas. A esquerda que efetivamente luta contra o golpe deve concentrar todos seus esforços no sentido de garantir o deslocamento de dezenas de milhares de pessoas para a capital federal.

Essa deve ser a disposição para todos aqueles que apoiam Lula e almejam enterrar o golpe de Estado no País. Eleição sem Lula é fraude!