Parece o nazismo: Lava Jato grampeou defesa de Lula e deu estratégia a procuradores

Não fossem as violações contra o Estado Democrático de Direito e contra os direitos básicos de todo cidadão vítima de um processo judicial, a Lava Jato jamais teria conseguido condenar Lula e, muito menos, tê-lo mandado para a cadeia, mesmo que sem provas.

Além de grampear o ramal central do escritório de seus defensores, o Teixeira, Martins e Advogados, e ter acesso a mais de 400 conversas entre advogados e clientes, a força tarefa da Lava Jato traçou um organograma para acompanhar a estratégia de defesa do ex-presidente por fora dos autos do processo e, assim, violou escandalosamente o próprio direito de se defender. Em tese, as partes do processo deveriam ser tratadas de forma igual, e todo acusado deveria ter o direito fundamental de conversar reservadamente com seu advogado, o qual, inclusive, tem o direito de guardar em sigilo estas conversas.

De acordo com uma das advogadas de Lula, Valeska Teixeira Zanin Martins, que também integra aquele escritório, os áudios gravados nas interceptações ilegais, mesmo depois de terem sido declarados inutilizáveis, permaneceram à disposição da acusação no processo penal, e só foram destruídos agora, em março de 2018, dois anos depois de sua descoberta.

Trata-se de mais um episódio que revela o estado de exceção o qual estamos vivenciando, e que, justamente por ser de exceção, não pode ser enfrentado por meio de ações judiciais ou pelas vias institucionais. Todos os poderes e suas instituições estão profundamente corrompidos. É necessário organizar a mobilização popular para derrubar o regime golpista e retomar o poder à seu legítimo titular, que é o povo.