Os atos contra a condenação de Lula indicam uma perspectiva de luta contra a direita

Os dias 23 e 24 de janeiro de 2018 já podem ser considerados na retrospectiva que será feita no final do ano como dias decisivos para a política nacional. Porto Alegre, no dia 23, e São Paulo, no dia 24, foram tomadas por manifestantes de todo o País em um ato contra a condenação de Lula e contra o golpe de Estado. Também aconteceram manifestações em outras cidades do País.

Como já era esperado, os três desembargadores do TRF4 votaram pela condenação do ex-presidente, em mais um espetáculo grotesco protagonizado pelos golpistas. O julgamento durou quase nove horas para que os desembargadores explicassem o inexplicável: por que condenar Lula sem nenhuma prova.

A demora do julgamento tinha o objetivo de evitar que o ato em Porto Alegre, que continuou no dia 24, pudesse se radicalizar com o resultado contra Lula. Os desembargadores não apresentaram provas, mas enrolaram o dia inteiro para manter a condenação e aumentar a pena de Lula: uma provocação contra todos os trabalhadores do país.

Apesar das manobras da direita, os atos em Porto Alegre e São Paulo marcaram uma expressiva oposição popular à condenação arbitrária do ex-presidente. Depois do resultado da votação no TRF4, por 3×0 contra Lula, a direita deixou claro o recado para os trabalhadores brasileiros: não será possível fugir ao confronto com a direita na luta contra o golpe de Estado.

Lula foi condenado sem provas, em um julgamento fraudulento e ilegal. Agora, para que os trabalhadores possam garantir que Lula seja candidato nas eleições de 2018, será preciso uma ampla mobilização. Por isso é fundamental a formação de comitês de luta para organizar a resistência popular à direita neoliberal.

A defesa de Lula hoje expressa a luta contra o golpe e a direita e contra seu programa político. Um programa neoliberal que ninguém escolheu nas eleições e que levará milhões de brasileiros à escravidão e à miséria, em um país sem direitos trabalhistas, com baixos salários e sem serviços públicos que beneficiem os mais pobres. Para evitar a miséria generalizada, é preciso enfrentar a direita, que já mostrou que não permitirá que a classe trabalhadora participe do poder político no regime inaugurado pelo golpe de nenhuma forma.