Ocupar São Bernardo! Impedir a prisão de Lula!

A justiça golpista estabeleceu um prazo para a prisão de Lula, após a sentença proferida no dia 24 de janeiro, e a publicação final desta sentença foi feita no dia seis de fevereiro. A publicação da sentença estabelece um prazo para recursos, que termina no dia 20, após isso, o ex-presidente Lula corre grave perigo de prisão.

A prisão de Lula significaria uma grande derrota ao movimento operário, principalmente se ocorresse sem luta. Seria um ataque ao principal organizador do PT, ao representante político do movimento sindical, e ao líder das amplas massas populares.

Seria um ataque tão grande ou até maior que o golpe contra Dilma. No entanto, a situação não é igual à do golpe de 2016. Durante a campanha para derrubar Dilma, os trabalhadores foram colocados numa posição de confusão e inércia, isso já não mais impera.

Os trabalhadores, levados pelas direções reformistas, colocaram suas esperanças integralmente em uma impossível vitória contra o processo de impeachment dentro do Congresso Nacional. A derrota causou uma paralisia enorme, visto que a solução apresentada para impedir o golpe era única e exclusivamente parlamentar.

O julgamento de Lula já não seguiu o mesmo sistema. Durante o julgamento em primeira instância aconteceram dois atos públicos com o objetivo expresso de impedir a sua prisão preventiva, ou seja, apesar dos trabalhadores acreditarem em uma solução através das instituições, já se criava uma ideia de que esta solução não viria sem pressão das massas.

A derrota no TRF4,  que decidiu pela prisão de Lula, não foi vista com desespero, mas com ódio. No mesmo dia, em São Paulo, os trabalhadores desobedeceram as ordens da Polícia Militar e do governador golpista Geraldo Alckmin e tomaram a avenida Paulista, algo que estava proibido para aquele ato.

Durante o processo houve muita propaganda, do próprio PT, de que Lula poderia ser inocentado, ou condenado por dois votos a um, que daria lugar para longos recursos, e tempo para o começo da campanha eleitoral, mas isso não impediu a criação de centenas de comitês em defesa do petista.

Os comitês, como os atos de Curitiba e a passeata para a Paulista, mostram uma disposição de enfrentar os golpistas numa luta fora das instituições e contra elas, algo que alguns dirigentes petistas foram obrigados a se referir, ao defender a chamada “desobediência civil”, ao propagandear um desrespeito à decisão fraudulenta do TRF4, e ainda ao lançar a candidatura de Lula à presidência.

Esta série de pequenos atos é seguida pela chamada para ocupar São Bernardo do Campo, cidade da grande São Paulo onde reside o petista, e defendê-lo da prisão, setores de proa da campanha como o Partido da Causa Operária já preparam a campanha com mote de “Impedir a prisão de Lula”.

A popularidade de Lula cresceu, o ódio das massas perante o regime e os tribunais apenas aumentou, porém entre esta situação, delicada para os golpistas, e uma mobilização revolucionária em defesa de Lula e contra o golpe existe uma distância.

É preciso tomar as ruas com cartazes, panfletos, e levar esta política dos centros às periferias, fábricas e escolas de todo o País, a tarefa do momento é levar o povo a situação política brasileira de A para B, impedir a prisão de Lula!