Mulheres são principais alvos de ataques dos donos de frigoríficos

Representando mais de 40% dos trabalhadores em frigoríficos, há mais de quatrocentas mil mulheres empregadas no setor, que é o setor de alimentação que mais ocupa mulheres.

Os abatedouros superam e muito esse percentual, principalmente o abate de frango.

São elas que em geral depenam o frango, que trabalham na noria retirando os frangos, que cortam as partes dos frangos e têm que tirar das coxas e peitos e cortar sete filés a cada um minuto e trinta segundos.

A “vida útil” das operárias desse setor não passa de três ou quatro anos devido ao trabalho repetitivo, a falta das devidas pausas para o descanso, o trabalho por horas de pé, o constrangimento por não poder fazer as necessidades fisiológicas, o trabalho excedente ao permitido (de oito horas diárias) etc.

Em um frigorífico, localizado no grande ABC paulista, no município de São Caetano, o Cardeal por exemplo – o constrangimento é tão grande que a funcionária, não suportando mais a vontade de ir ao banheiro, se ausentou do seu posto por alguns poucos minutos e lá dentro foi agredida por um de seus superiores.

Nessas condições, nos frigoríficos há – todos os dias – milhares de trabalhadores que se ausentam por estarem doentes e/ou se acidentarem devido às péssimas condições de trabalho.

As mulheres não podem engravidar, pois correm enorme risco de, ao retornarem da licença-maternidade, serem demitidas. Conforme índices oficiais, o percentual de demissões após a gravidez é de cerca de 50%.

Nos frigoríficos há outro dado estarrecedor, de acordo com estudo elaborado por pesquisadores da Universidade Federal de Santa Catarina, quando comparadas a outras categorias, as gestantes que trabalham na indústria da carne desenvolvem risco 444% maior de afastarem-se do trabalho por hemorragia no início da gravidez. A pesquisa baseou-se em dados do INSS. Um dos principais motivos, segundo a pesquisa é o vazamento do gás amônia, utilizado para a conservação da carne.

O ataque às mulheres trabalhadoras está se aprofundando, principalmente com o governo golpista de Michel Temer que aprovou a reforma trabalhista, apoiada pelo conjunto dos patrões, sanguessugas do suor do trabalhador.

Para barrar os ataques dos patrões ao conjunto dos trabalhadores, tanto das mulheres quanto dos homens é necessária a organização de comitês de luta contra o golpe em todo o País, nos estados, municípios, das organizações operárias, ou seja, é preciso derrotar o golpe e todos os golpistas, bem como, todos os efeitos nefastos deste governo.