Medalhista olímpica sofre racismo policial no Rio

A judoca brasileira Rafaela Silva, medalhista de ouro nas Olimpíadas do Rio de Janeiro em 2016, foi vítima de racismo policial após uma abordagem nas ruas da capital carioca. Rafaela havia pegado um táxi, estava sentada no banco do passageiro mexendo no celular, quando uma viatura da PM passou pelo carro em que estava. Os policiais sinalizaram para o taxista encostar o carro, logo após um PM armado  mandou Rafaela descer. Durante a abordagem agressiva, o policial questionou a judoca sobre suas profissão e de onde estava vindo, após ser informado por outro PM que Rafaela era atleta olímpica, o policial resolveu soltar a moça.

Em seu perfil no Facebook, a judoca postou uma nota denunciando o caso. De acordo com a Rafaela, um segundo policial que estava na viatura teria perguntado para o taxista de onde ela estava vindo, se não era de alguma favela da cidade.

Após a repercussão do caso, devida a denúncia pública feita pela a atleta, a Polícia Militar carioca soltou um comunicado à imprensa criticando o fato de Rafaela ter denunciado os PMs. No comunicado, de maneira totalmente absurda e cínica, a Polícia carioca afirma que as declarações da atleta contra os policiais “não contribuem para o combate à criminalidade”.

Essa é a política da PM, não só do Rio, mas de todo o país para os negros: “tem que apanhar calado”. Para a Polícia Militar é assim que funciona, os policiais devem ter total liberdade de matar, cometer injúrias raciais, xingar e ofender os negros, mas o negro não tem direito de reagir, muito menos denunciar a opressão.

Essa é a política adotada também pelo Exército nas favelas cariocas, o que ficou muito claro e evidente nas declarações dos principais generais militares à imprensa. A principal exigência do alto comandante do Exército, o general Villas Bôas, para a ação nos morros cariocas, é de que os militares não sofram retaliações pelos crimes cometidos. Segundo Villas Bôas, o exército tem que ter licença para matar, ou seja agir de forma totalmente repressiva, sem que isso decorra em uma nova Comissão da Verdade.

Com o avanço do golpe de estado, com a iminência de um golpe militar, há também um avanço da repressão contra os negros e os setores mais oprimidos da sociedade. Somente a mobilização popular, dos negros e de toda a classe trabalhadora contra o golpe, por meio da formação dos comitês de luta, nos bairros pobres, nas fábricas e comunidades carentes, pode barrar essa ofensiva.