MBL organiza congresso com executores de trabalho escravo no país

O agrupamento político fascista sustentado por capitalistas nacionais e internacionais, o MBL (Movimento Brasil Livre), está organizando seu primeiro congresso político em Santo André, no ABC paulista.

De acordo com sua página nas redes sociais, o evento irá ocorrer no dia 14 de abril, no requintado hotel Hilton Garden Inn. O fato, que por si só já deve ser repudiado pelos trabalhadores, ganha elementos que reforçam a necessidade de enfrentar o fascismo em Santo André. Fará parte da mesa principal do congresso dos fascistas, Flávio Rocha, dono da Rede Riachuelo de comércio, que já foi condenado e amplamente denunciado por ser reprodutor de práticas escravagistas dentro de sua rede empresarial.

No início do ano de 2016, o grupo Riachuelo foi condenado por praticar trabalho escravo pelo MPT (Ministério Público do Trabalho) do Rio Grande do Norte a partir de denúncias de trabalhadores.

Vários trabalhadores dos ramos têxteis ligados à Riachuelo denunciaram ganhar valores inferiores ao salário mínimo, com exigência de fazer turnos recorrentes das 7 horas da manhã às 22 horas e sequer receber pelas horas extras. Tal pressão era executada para que os trabalhadores cumprissem “metas”. De acordo com a denúncia de dois anos atrás, feita por uma trabalhadora costureira, “Se você não cumpre a meta, fica depois do expediente costurando as peças que faltaram”, outra costureira disse: “Numa noite dessas o meu marido veio e me tirou da fábrica. Disse que eu não estava passando fome para ter que passar por isso”, disse. Trabalhadores por inúmeras vezes saíram do trabalho às 22 horas para ter que retornar às cinco horas da manhã. Na mesma ocasião, uma costureira que trabalhava para o grupo relatou uma série de abusos físicos e psicológicos. As funcionárias não bebiam água e quase não faziam necessidades fisiológicas por conta das limitações de trabalho impostas.

O mesmo carcará que preside a Rede Riachuelo, Flávio Rocha, considerou “ótima” a providência do governo federal golpista que, em 16 de outubro de 2016, publicou a Portaria n° 1.121 tirando a autonomia técnica do Ministério do Trabalho para apontar empresas que submetem seus funcionários a regime análogo ao de escravidão. Com isso tais atos passaram a ser de responsabilidade do ministro golpista do Trabalho que a partir de tal ato, somente ele poderá incluir nomes de companhias na “lista suja” do regime escravo.

Este mesmo abutre também está sendo cogitado para ser um dos presidenciáveis nas eleições de 2018 tem como pauta política a expropriação total dos trabalhadores e considera fundamental para o país “liberalismo econômico e uma agenda de valores que se contrapõem a esquerda”.

É necessário a organização de um amplo movimento no ABC paulista que extirpe as idéias e ações fascistas no ABC paulista, berço brasileiro das lutas contra a ditadura militar e da expropriação da classe trabalhadora do país. Tal movimento tem que seguir o exemplo dos estudantes e militantes de várias partes do país que já colocaram para correr os fascistas de várias universidades e movimentos de trabalhadores.