Mais da metade dos homens da Guarda Municipal de Jundiaí são contra cotas femininas para cargos de supervisão

Em Jundiaí, mais da metade do efetivo de homens da Guarda Municipal (GM) de Jundiaí assinaram um Abaixo-Assinado contra o percentual legal de 10% para as mulheres em cargos de liderança. O documento foi protocolado na prefeitura, constando 200 assinaturas de um total de 384 membros da GM.

Os guardas que assinaram o documento fizeram para evitar que o percentual de 10% reservado a mulheres para os cargos de liderança seja respeitado, indo inclusive em desacordo com o Estatuto Federal das Guardas Municipais de 2014. A polêmica vem em um momento em que os homens da instituição tentam resguardar seus privilégios, mostrando que a lei para os mais fracos só é respeitada caso estes tenham poder de reagir e colocar em prática os direitos garantidos.

O que mais impressiona no caso exposto é que não há nem mesmo o respeito pela lei, tendo o quadro de funcionários predominantemente ocupado por homens. Ainda assim, o pouco esforço em contrabalancear a presença de mulheres no comando é combatido com unhas e dentes pela maioria da instituição. O exemplo de Jundiaí, cidade do interior de São Paulo, mostra que a lei, por mais bela que seja, precisa ter uma base real dentro da sociedade para não ser apenas letra morta. Somente os explorados, lutando por seus próprios direitos e interesses podem garanti-los.