Israel é uma ditadura: escritora palestina é condenada por “incitação ao terrorismo” por conta de um poema

A poeta palestina Dareen Tatour foi condenada nesta terça-feira (31) a cinco meses de prisão depois de passar 3 anos em prisão domiciliar.

Dareen é uma ativista pelos direitos do povo palestino, e sempre se colocou sistematicamente contra todas as atrocidades cometidas pelo Estado de Israel. Em 2015 ela publicou em seu facebook um vídeo seu declamando seu mais novo poema “Resista, Meu Povo, Resista”. Foi o suficiente para o judiciário israelita acusá-la de terrorismo e incitação ao ódio e violência.

As palavras qawim (resist)intifada (agitação, levante ou levantamento), e shahid (mártir) usadas no poema são explicitamente mal interpretadas para justificar de algum modo a perseguição a poeta.

“Eu não esperava que justiça fosse feita. Era um caso político desde o início, por que sou palestina e suporto a liberdade de ideais”. Declarou Tatour para os jornalistas durante seu julgamento no distrito de Nazaré no norte de Israel.

Israel vem aumentando sua capacidade de censura já faz alguns anos. Recentemente o Facebook começou a fechar diversas páginas militantes pró-palestina e de militantes palestinos. Uma verdadeira caça às bruxas. A gigante rede social que detém o monopólio deste mercado é dirigida por Mark Zuckberg, que foi recentemente envolvido num escândalo por ter vendido informações de milhares de usuários para empresas que produzem campanhas políticas.

Este caso é mais uma amostra a demagogia das instituições burguesas. Uma poeta está sendo perseguida por ter escrito um poema que segundo ela nunca incitou a violência, mas mesmo se promovesse, não justificaria sua prisão e censura.

Tem uma parcela da esquerda que tem clamado por repressões e censura provenientes do estado para calar um setor da direita, mas pedir isso é dar mais poder para a burguesia exercer todas essas arbitrariedades contra a própria esquerda. Se Dareen Tatour está sofrendo um processo sem pé nem cabeça que nem o Lula, não é coincidência. Se aplaudirmos as iniciativas do Facebook, da Globo, para controlar o monopólio da informação na internet sobre pretexto de “Fake News”, estaremos dando um tiro no próprio pé.