Incêndio no Museu Nacional destruiu pesquisas brasileiras na Antártica

Da redação – Mais de dez anos de pesquisa brasileira na Antártica foram perdidos no incêndio do Museu Nacional no Rio de Janeiro ocorrido na madrugada dessa segunda-feira (3). Em meio ao acervo da pesquisa paleontológica, estavam tesouros como um fragmento de fóssil de pleisiossauro, um monstro marinho que viveu há 80 milhões de anos, além de troncos de árvores pré-historicas. Essa pesquisa é só uma das milhares de preciosidades perdidas por conta do descaso do governo golpista com o acervo histórico-cultural brasileiro. Nesse ano, o prédio bicentenário recebeu absurdos 54 mil reais de verbas para sua manutenção.

“Uma parte da última coleta que fizemos na Antártica, no ano passado, estava no laboratório de preparação de fósseis, que fica no prédio anexo e não foi atingido”, contou a paleontóloga Juliana Sayão, que coordenou as últimas três expedições à Antártica. “Mas fora isso, tudo indica que perdemos boa parte do material, dez anos de pesquisa. Não tenho palavras.”

“O material que nosso grupo coletou lá durante esses anos serviria de base não apenas para as nossas pesquisas, mas também de outros países sobre como era a Antártica no passado”, diz a pesquisadora. Ela cita parte das descobertas da pesquisa, dentre elas a prova de uma enorme cobertura florestal fossilizada sob o gelo. Os estudos foram perdidos pelo descaso do governo golpista.