Golpe é palavra proibida nas universidades: Temer vai processar UNB por disciplina que critica os golpistas

Para alguns setores alucinados da esquerda, não houve golpe de Estado no Brasil em 2016. Segundo esses setores, o que houve foi um “golpe palaciano” – isto é, a mera troca de um presidente por outro -, ou um “golpe parlamentar” – como se os militares não tivessem nenhuma participação -, ou ainda uma “luta contra a corrupção” – como se Dallagnol fosse uma pessoa muito honesta. Independente da baboseira que sustentam, um discurso sempre era comum a todos os setores: “não houve alteração no Regime Político”.

Diariamente, os golpistas vêm demonstrando que houve, sim, uma drástica mudança no Regime Político. As medidas ditatoriais do governo golpista são cada vez mais frequentes. Como exemplo de que o governo golpista não tem nenhum pudor em cercear os direitos democráticos dos brasileiros, Temer anunciou que irá processar uma Universidade Federal por ofertar uma disciplina que denuncia o golpe de 2016.

Ofertada pelo professor Luis Felipe Miguel, da Universidade de Brasília (UnB), a disciplina “O golpe de 2016 e o futuro da democracia no Brasil” faz parte do curso de graduação em Ciências Políticas. Diante de toda propaganda suja da burguesia, a disciplina era uma das poucas no Brasil em que os professores poderiam exercer livremente seu direito de expressão. A ameaça de Temer à UnB, portanto, representa mais um atentado à autonomia universitária e aos direitos democráticos de toda a população. Para os golpistas, só pode ser ensinado aquilo que a burguesia permitir.

O golpe de Estado se aprofunda cada vez mais. As medidas desastrosas do governo golpista tendem a desencadear uma reação cada vez maior da classe trabalhadora e dos setores democráticos. Na contramão, os golpistas vêm limitando cada vez mais os direitos democráticos. Por isso, é necessário criar milhares de comitês de luta contra o golpe, mobilizando todos contra os golpistas.