General Mourão ameaça o STF: “cuidado com a cólera das legiões”

Após a decisão do Supremo Tribunal Federal, o STF, de garantir salvo-conduto ao ex-presidente Lula até o dia 4 de abril, o general do Exército, agora na reserva, Hamilton Mourão, famoso por defender abertamente o golpe militar em uma reunião da maçonaria, criticou duramente a decisão do tribunal à favor de Lula.

Mourão afirmou ter ficado “envergonhado” com a decisão do STF, a qual qualificou como “covardia moral”. Mourão disse também que o “judiciário tem que fazer o seu papel, se não irão fazer justiça com as próprias mãos”. Ao fim de sua declaração, em tom de ameaça, o general declara “fica o alerta de Soldado, cuidado com a cólera das legiões”.

É preciso ficar claro que a fala do general não é por acaso, é parte da pressão da direita, da extrema-direita no caso de Mourão, contra o STF. Apesar dos golpistas propagandearem, cinicamente, que quem pressiona o STF é a esquerda, na realidade o Supremo Tribunal Federal se tornou refém da própria direita, da rede Globo e, agora, recebe a ameaça de um dos generais que faziam parte do alto comando do Exército.

Não dá para desvincular também a fala de Mourão com a possibilidade cada vez mais crescente de golpe militar no país. O próprio general convoca, ao final da entrevista, seus partidários a participarem de um ato que está sendo chamado pela extrema direita no próximo dia 31 de março em São Paulo, como parte da “comemoração” do golpe militar de 1964. “Eu convido para o dia 31 de março comemorarmos o 54º aniversário da contrarrevolução de 64 e também principalmente congregarmos e termos esse sentimento de brasilidade cada vez mais aflorado.” Diz o general.

Conforme a crise política se aprofunda, os militares vão assumindo cada vez mais uma posição estratégica no cenário político do país, ameaçando o povo, impondo a repressão, como estão fazendo no Rio de Janeiro, e se colocando na defesa dos interesses golpistas e do próprio imperialismo.

É necessário mobilizara a população contra o golpe militar e contra a prisão de Lula. No próximo dia 4 de abril, tomar as ruas de todo o país contra a ameça dos militares golpistas e em defesa do ex-presidente.