General-interventor no Rio de Janeiro: a um passo do golpe militar

A decisão do governo federal golpista na noite dessa quinta-feira, dia 15, de destituir o secretário de Segurança do estado do Rio de Janeiro, Roberto Sá, e em seu lugar colocar o general Braga Netto como interventor da pasta de segurança pública no estado marca uma nova etapa no golpe de Estado. Está claro, como vem falando alguns jornalistas da esquerda, que o Brasil se aproxima de uma ditadura militar.

Nesse momento, em que o Judiciário e a Polícia Federal golpistas se preparam parra colocar Lula na cadeia e que o carnaval demonstrou que exite uma gigantesca tendência de luta contra o golpe, a intervenção militar no Rio de Janeiro praticamente esqueceu os velhos disfarces da “segurança pública”. É uma intervenção quase que abertamente política.

E não poderia ser diferente. Os generais terão o controle direto sobre as polícias. Não se trata mais das tropas nas ruas, como vem acontecendo há muito tempo com a desculpa da segurança. Agora, o poder sobre todo o aparato repressivo estatal está sob o controle das Forças Armadas.

O noticiário da imprensa golpista não deixa claro, mas tudo indica inclusive que tal intervenção foi feita inclusive com muita pressão sobre o governador fluminense Luiz Fernando Pezão. De qualquer modo, a direita encontrou o pretexto para tal ação baseado principalmente na enorme fraqueza do governo, em grande medida plantada pela própria direita. O governo do Rio está em frangalhos. Já não tem autoridade sobre nenhum setor fundamental, com servidores se rebelando por conta de atrasos nos salários, o orçamento todo nas mãos dos banqueiros que chantagearam o estado, além do velho problema da chamada “segurança pública” que sempre foi a principal desculpa para a repressão generalizada contra a população.

Ao tomar o controle da segurança, o governo federal, ou melhor dizendo, as Forças Armadas, estão no controle do estado. A presença de Pezão é quase figurativa. Fato é que, do controle de todo o aparelho repressivo para o controle total do governo, a diferença é apenas formal. O Rio de Janeiro, com certeza é um primeiro passo para que a intervenção militar se alastre pelo País até que as condições para um golpe militar estejam dadas.

É preciso exigir a saída imediata dos militares do Rio de Janeiro e o restabelecimento do governo eleito, e a saída do general interventor.