Extrema direita pressiona governo alemão: para não cair, Merkel cede na política de migração

O governo de Angela Merkel, da União Democrata-Cristã (CDU), está na corda bamba há quase ano agora. O governo não consegue levar adiante sua política, pois tem uma base muito fraca no país. Isso fica observável com sua política de migração. Pressionada pela extrema-direita, Merkel cedeu politicamente e adotou um acordo que prevê a expulsão de migrantes que entrarem na Europa.

Isso ocorre pois há algumas semanas, existe uma profunda crise dentro da coalizão de Merkel entre seu partido, o CDU, e o setor mais reacionário, expresso pela União Social Cristã (CSU), que detém o cargo de Ministro do Interior (Horst Seehofer), que levou adiante a proposta de aprovada na última segunda-feira (02/07). Na véspera, ameaçou renunciar (isto é, da CSU sair do governo) caso Merkel não cedesse na política sobre migração.

O novo acordo cria um novo regime de fronteiras entre a Alemanha e a Áustria (país pelo qual mais entram refugiados na Alemanha) que estabelece “centro de trânsito” onde seriam mantidos os refugiados na espera da resposta sobre se podem ou não entrar no país.

Desta maneira, a Alemanha aumentou a política repressiva contra os refugiados. Cada vez mais, fica claro que a extrema-direita fascista ganha força na Europa, e que o principal setor do imperialismo não só não é capaz de contê-la, como atua em conjunto com ela. Por isso, a única solução para conter a política da direita é através de uma organização autônoma da classe trabalhadora e dos setores populares e explorados da sociedade.