Estado policial, literalmente: PF quer definir onde vai ser investido o dinheiro público

A “luta contra a corrupção” já foi utilizada como justificativa para todo tipo de ataque aos direitos democráticos dos brasileiros: condenou o maior líder popular do país, derrubou uma presidenta eleita por mais de 54 milhões de votos etc. Recentemente, o jornal Gazeta de Alagoas revelou que o novo superintendente regional da Polícia Federal em Alagoas será responsável por “tentar impedir a malversação do dinheiro público para fins eleitoreiros”.

Em outras palavras, o “Dallagnol alagoano” irá decidir com o que será gasto o dinheiro público. Consequentemente, o fato de os deputados terem sido eleitos e terem o direito, previsto na Lei, de utilizarem emendas parlamentares não servirá de nada. Afinal, a opinião dos “honestíssimos” membros da Polícia Federal é muito mais importante, para os golpistas, do que os votos da população.

Nenhuma justificativa moral pode ser aceita em meio a essa arbitrariedade. Não se pode acreditar que os superintendentes da Polícia Federal sabem melhor como investir o dinheiro público – pelo contrário, o fato de eles não serem eleitos por ninguém os torna ainda mais corruptíveis e submissos aos interesses do imperialismo.

O caso de Alagoas é mais um entre tantas arbitrariedades após o golpe de Estado. Por isso, é necessário que a classe trabalhadora e os setores democráticos se levantem contra o golpe, participando dos comitês de luta contra o golpe.