Eleição na Itália expressa crise do regime na Europa

Os primeiros resultados das eleições realizadas no último domingo na Itália já permitem concluir que os candidatos eurocéticos obtiveram sua primeira grande vitória no País. Os resultados também apontam a grande possibilidade de que nenhum partido obtenha a maioria necessária para formar um governo.

A grande significação desses resultados é a insatisfação que varre todo o continente com o projeto europeu que depois de muitas décadas revelou-se um engodo para os trabalhadores desde o momento em que desapareceu a “ameaça comunista”. O caso da Itália guarda alguma semelhança com o do Brasil. Aquele país teve seu parque industrial, um dos mais dinâmicos do mundo, destruído por uma “operação de combate à corrupção” e pela adoção da moeda única europeia.

A cada eleição nos países europeus fica aparente o crescimento do repúdio popular ao projeto europeu e o avanço da direita na política, no último caso o Reino Unido é exceção. A esquerda europeia continental a despeito dos ataques desferidos contra os trabalhadores se mostra incapaz de sequer apontar para a ferida e muito menos de nela tocar. Subserviente à ditadura de Bruxelas e confortável no papel de “puxadinho” do projeto neo conservador norte-americano parece sequer ter pensado em levantar a bandeira da libertação da classe trabalhadora e da derrubada do regime imperialista neoliberal europeu. Deixou que a direita o fizesse. O resultado das eleições italianas mais uma vez vem confirmar o avanço da direita.