Estudo mostra que aborto não está relacionado a problemas psicológicos

Estudo mostra que aborto não está relacionado a problemas psicológicos

Contrariando às análises recorrentes que indicam que o aborto aumentaria o risco de distúrbios emocionais nas mulheres, a ciência diz o contrário. Um estudo realizado na Universidade da Califórnia demonstra que não há risco de aumento de ansiedade, depressão ou queda da autoestima associado ao aborto.

A pesquisa foi realizada por 15 anos seguidos analisando os dados sobre mais de 20 mil jovens norte-americanas. Os resultados da pesquisa apontam que ter optado pelo aborto não foi associado à ocorrência de depressão nas jovens. Uma mulher que fez aborto tinha exatamente o mesmo risco de desenvolver depressão no futuro que uma mulher que decidiu manter a gravidez.

O aborto é a quarta causa de morte materna no país. É uma questão de saúde pública. Enfrentar com seriedade esse fenômeno significa entende-lo como uma questão de cuidados em saúde e não como um ato de infração moral. Mas esse não é o entendimento dos golpistas da Câmara dos Deputados que na tarde do dia 08/11/2017 aprovaram a PEC 181/2011, que insere na Constituição a proibição do aborto em todos os casos, inclusive os já previstos hoje pela legislação brasileira, como nos casos de estupro ou de risco de morte para a mãe.

As restrições legais ao aborto não reduzem a necessidade do mesmo, mas possivelmente contribua ainda mais no número de mulheres que procuram abortamentos ilegais, gerando uma maior morbidade e mortalidade. No Brasil são realizados 1 milhão de abortos anualmente. A cada dois dias, uma brasileira (pobre) morre em clínicas clandestinas para interromper a gravidez.

Não dá para negar que o aborto é uma realidade e que essa realidade deve se impor diante de restrições meramente morais, motivadas por crenças religiosas e que não podem mais se impor sobre a população e definir as normas legais de um país que se pretende laico. Não deve ser imposto a todas as mulheres brasileiras, sobretudo às que não seguem religião, respeitando assim o princípio da laicidade do Estado brasileiro, que separa as decisões políticas da influência dos dogmas religiosos e moralistas.

O coletivo de mulheres Rosa Luxemburgo do Partido da Cauda Operária defende o direito ao aborto, o direito às mulheres decidirem sobre o próprio corpo, o direito de uma mulher ao optar pela interrupção da gravidez, não morrer pela falta de cuidados médicos adequados, nem ser presa por conta dessa decisão.

Que no próximo dia 8 o movimento de luta das mulheres se organize na luta contra o golpe de Estado, ele que foi o grande motor propulsor para a retirada de direitos das mulheres na atual conjuntura, em que os ataques vêm de todos lados e emitidos diretamente pela corja de golpistas usurpadores do poder.