Dirceu: “Lula não pode esperar pacificamente, tem que chamar o povo a ir às ruas”

O recado de José Dirceu não poderia ser de maior lucidez. É condição fundamental para se contrapor à prisão de Lula, que o próprio Lula, o PT, partidos e movimentos populares que se opõem ao golpe, façam um chamado aos seus militantes e à esmagadora maioria da população trabalhadora que apoia a candidatura de Lula para ocupar às ruas.

Os golpistas têm consciência que o maior entrava para o avanço do golpe, inclusive para um rearranjo entre os setores golpistas e àqueles setores da esquerda que formalmente se opuseram ao golpe, mas que na prática defendem que a página do golpe seja virada, como Ciro Gomes do PDT, que o fator Lula esteja fora do tabuleiro político.

Não poderia ser para menos. O fator Lula vai muito além da política defendida pelo próprio Lula e o seu partido. Lula é a maior expressão da luta de classes nesse momento no país. O apoio que recebe é a manifestação concreta do repúdio da população ao golpe e a todas as medidas impopulares levadas à frente pelos golpistas.

A prisão de Lula fortalecerá, sem dúvidas, o golpe de Estado em curso. A tendência é que aumente a perseguição aos líderes petistas – como a que já está em curso contra o próprio José Dirceu e ao ex-governador Jaques Wagner -, mas também à CUT, aos sindicatos e aos movimentos sociais e, inclusive, acentue a presença militar no cenário político brasileiro, criando as condições para a transformação do golpe em golpe militar.

Por outro lado, o fortalecimento da campanha contra a prisão de Lula, que só pode ser efetiva com a população nas ruas mobilizada, será um fator fundamental para impusionar a luta contra o golpe, inclusive a sua perspectiva militar e, ainda, como consequência, fortalecer impulsionar ainda mais a candidatura de Lula à presidência.

Nesse sentido, o chamado de José Dirceu é um chamado à ação em defesa de Lula, do PT e de todo movimento popular e progressista que se opõem ao golpe.