Depois do cadastro, a execução

As Forças Armadas, que tomaram de assalto o estado do Rio de Janeiro, começaram a cadastrar os moradores das favelas cariocas, no pé do morro, aquele que é abordado precisa mostrar documentos e entra para um “banco de dados”.

Começaram a seleção.

A ideia da ocupação militar no Rio de Janeiro é aumentar a repressão que já acontece nas comunidades. O cadastro é um registro da quantidade de pessoas que serão torturadas e assassinadas pela repressão. Pode-se dizer que é a organização da morte.

O que a PM faz rotineiramente contra o povo pobre, negro e trabalhador será “organizado” pelo Exército. É um plano para sufocar qualquer reação do povo contra a repressão militar.

Não estão lá por conta das eleições, nem por conta dos desejos, golpes ou truques de Michel Temer, menos ainda estão dando esse golpe em nome do “combate ao tráfico”.

O que está acontecendo, na verdade, é a reprise do ano de 1964 (mais brutal), mas apenas em um estado, por enquanto. Se der certo, os militares irão para outros estados, a começar por estados que podem apresentar maiores problemas, por isso o início do Rio de Janeiro.