Depois de produzir e não poderem nem entrar na fábrica, trabalhadores também não podem se alimentar com o que produziram

Na última segunda-feira (26), trabalhadores tentaram comprar produtos da loja do Frigorífico Barontini, produtos produzidos por eles mesmos e foram impedidos. Conforme os trabalhadores disseram, foram os credores, através de sua representante jurídica Silvia, quem os impediu.

Desde o dia 19 de fevereiro, os trabalhadores não mais entram na fábrica, que não produz. Porém, o que foi produzido está sendo vendido, tanto na loja de fábrica, que fica encostada no frigorifico, como para entrega para supermercados etc.

Os patrões faliram o frigorífico localizado em São Caetano do Sul, no bairro Cerâmica, na região do grande ABC e, desde dezembro deixaram mais de 70 funcionários sem nenhum centavo, sem salários, cesta básica, décimo terceiro, vale transporte, entre outros.

Há mais de dois anos não é depositado o fundo de Garantia por Tempo de Serviço.

A partir de fevereiro, os banqueiros resolveram se apossar do que existe dentro da fábrica e do que foi produzido até então.

Como era de se esperar, os trabalhadores, que já haviam sido excluídos, também não podem se utilizar nem do que produziram, só que agora são por outros patrões, os banqueiros do HSBC.

O Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias de Carne, Derivados e do Frio esteve no fábrica na terça-feira, dia 27, e conversou com alguns trabalhadores que tentaram, em vão, adquirir os produtos do Barontini. O vendedor disse que havia ordem expressa da advogada do banco, bem como de todos os outros credores para não fornecer nada aos trabalhadores da fábrica.

Os patrões do Barontini, bem como os demais não querem deixar nada para os trabalhadores que levaram toda uma vida para produzir enriquecer esses gananciosos para, no final serem jogados para fora como se fossem um objeto qualquer.

Esse foi um dos estopins que levou os trabalhadores, junto com o Sindicato, a ocupar a fábrica por algumas horas nessa quarta-feira, dia 28. A ação resultou na detenção do presidente do sindicato, Julio Marcelino. É hora de os trabalhadores se apossarem do que lhes pertence.