Crise do golpe: Lula sobe e dólar também

A divulgação das pesquisas eleitorais para a presidência da República, nessa segunda-feira, dia 20, deixou os capitalistas um tanto quanto incomodados. Isso porque as pesquisas mostram Lula com mais de 37% das intenções, disparado em relação ao segundo colocado, Jair Bolsonaro, que tem apenas 18%, e o candidato que até então seria o preferido dos donos do golpe, Geraldo Alckmin, estagnado com apenas 4%.

Segundo a imprensa golpista, o chamado “mercado” teria ficado preocupado com o péssimo desempenho de Alckmin, que não sobe nem mesmo com toda a ajuda da máquina golpista. A consequência, segundo os analistas da burguesia, seria a subida do Dólar, que começou a subir na segunda-feira e ultrapassou os R$ 4,00 nessa terça. Quando fechávamos esta edição, a moeda estava em  R$ 4,05.

O Dólar sobe na mesma medida em que Lula sobe nas pesquisas. Não adianta tentar tirar o ex-presidente das pesquisas, escondê-lo nos jornais, fazer campanha de que sua candidatura não existe, enfim, não adianta sequer deixar Lula preso, sua popularidade aumenta, tanto eleitoralmente quanto, e isso é o mais importante, como expressão de uma ampla mobilização latente contra o golpe de Estado.

A crise do golpe se aprofunda na medida em que a direita não consegue estabelecer um candidato, o que dificulta o golpe eleitoral. O mundo ideal para o imperialismo seria tirar Lula, emplacar um candidato que colocasse em prática todo o plano do golpe com a legitimidade de ter sido eleito. O problema dessa manobra é que a fraude eleitoral é cada vez mais escancarada e a rejeição ao golpe cada vez maior.

Nisso consiste a crise política e econômica e a alta do Dólar. O tempo é curto para a direita pró-imperialista decidir qual será seu candidato na tentativa de estabilizar a situação, coisa que parece cada vez mais difícil para os donos do golpe.