Candidatura artificial: cartilha do PCdoB sobre fundo eleitoral ignora Manuela D’Ávila

Montada numa campanha virtual de frases de efeito, Manuela D’Ávila que se apresenta como pré-candidata à presidência pelo PCdoB não tem esse status no material interno do próprio partido.

Uma resolução nacional publicada no site do partido não faz menção à candidatura presidencial e foca em destinar os recursos do fundo eleitoral para candidaturas nos estados.

Isso reforça as suspeitas de que nos próximos dias o nome de Manuela deva ser retirado da disputa. A tendência é o PCdoB forçar uma aliança nacional dos partidos do imaginário “campo progressista” (que reuniria, inclusive, elementos que apoiaram o golpe e não defendem a liberdade de Lula),  em torno do candidato Ciro Gomes do PDT.

A candidatura de Ciro tem sido apontada por setores golpistas e capituladores dos partidos de esquerdas como a única solução para enfrentar a direita nas eleições, apesar dos seus 5% (no máximo) nas pesquisas eleitorais e do fracasso de sua tentativa de conquistar o apoio de parcelas expressivas da direita. Mesmo assim a “desistência” de Manuela vem sendo apresentada por estes mesmos setores como um “chamado à razão”.

Trata-se de uma política que serviria para legitimar eleições fraudulentas que a direita golpista quer realizar, sem a presença de Lula.

Essa manobra precisa ser denunciada para evitar que se desmobilize a luta contra o golpe e pela liberdade de Lula em nome de uma disputa eleitoral viciada, com candidatos escolhidos pela burguesia.