Antes: escola sem partido. Agora: manifestação sem partido

Esta semana, durante um dos atos contra a reforma da Previdência na cidade de Blumenau, SC, a esquerda pequeno-burguesa seguiu uma política direitista a reboque da burguesia. No ato, militantes do PCO e Comitê de Luta Contra o Golpe levaram bandeiras, cartazes contra a prisão de Lula e pranchetas para coleta de assinatura pela Anulação do Impeachment. Logo no começo do ato, um dos organizadores, presidente do SINTRASEB (Sindicato Único dos Trabalhadores no Serviço Público Municipal de Blumenau) em tom já alterado reclamou com os militantes que naquele ato não haveria partidos e que só poderia ser levantada a bandeira contra a reforma da Previdência. Os militantes afirmaram que o espaço era público e que a política do partido e do comitê é de levar as bandeiras sempre, e que por isso iriam manter a atividade.

Em outro momento o dirigente tornou a reclamar alegando, “vai dar problema pra mim”, pois organizou com os setores direitistas dos sindicatos a não participação de partidos no ato, apenas o PCO esteve no ato como partido. No terceiro momento o sindicalista foi ao microfone e começou a alegar que a organização não tinha nada a ver com “aquela barraquinha”, que “infelizmente não pode expulsar pois o espaço é público”, que a organização do ato era “apartidária, como todos os sindicatos devem ser, apartidários”, numa tentativa clara de pressionar os militantes a saírem do ato, o que não ocorreu.

A recepção da fala reacionária do sindicalista não foi bem recebida entre os presentes, alguns sindicatos se retiraram junto com a sua base, e outros afirmaram sem entender “como assim apartidário? Não somos apartidários”.

Este posicionamento nos leva a lembrar do posicionamento do MBL, com o Escola sem Partido, que na verdade significa Escola com Partido de Direita. Mais uma vez a esquerda pequeno burguesa se curva ao interesse da direita por falta de compreensão da luta política que se trava no país.