Aniversário da ditadura: general Mourão convoca ato na Paulista por um novo golpe

O próximo sábado, dia 31 de março, marca os 54 anos do golpe de 1964. O dia 31 de março foi estabelecido como data oficial do triste acontecimento que na verdade se deu no dia 1º de abril. A fim de evitar a piada inevitável, os perpetradores estabeleceram que a efeméride seria comemorada na véspera do dia do acontecido. Aproveitando a ocasião o General Hamilton Martins Mourão convocou uma manifestação na avenida Paulista para comemorar aquilo que ironicamente já foi chamada “a gloriosa” e que agora o general chama de contrarrevolução.

O general Mourão é aquele mesmo que em um vídeo que circulou pelas redes sociais exortou o povo brasileiro a, ante a sua inferioridade patente e irremediável, ficar de quatro pro Tio Sam e submeter-se aos seus infames desígnios. O título do vídeo, “A História Não Acabou”, mais do que um truísmo é revelador da vontade das oligarquias brasileiras, das quais os militares fazem o papel de guarda-costas, de congelar o tempo para que se mantenham na ociosidade e sejam poupados do trabalho de acompanhar a evolução da humanidade.

As palavras pronunciadas no vídeo, chavões do conservadorismo raso, são apenas pretexto para atrair incautos e fascistas a uma manifestação de apoio a um possível futuro regime militar. A falta de responsabilização dos que engendraram o golpe de 64 e aos que praticaram atrocidades durante os 20 anos seguintes trouxe-nos à presente situação de fascismo explícito e desavergonhado que advoga a volta ao passado. Conforme foi visto no episódio do atentado ao Presidente Lula no Paraná, tralhadores na rua mostrando que são mais numerosos e mais fortes do que os “pitbulls” fascistas podem fazer recuar as forças golpistas.