Nesta última quinta-feira, 18 de janeiro, ocorreu em São Paulo, o lançamento do Comitê de Artista contra o golpe. Essa importante e fundamental atividade se deu após a realização de um debate com artistas nacionais que estão inseridos na luta em defesa da arte contra a ofensiva golpista. Participaram do debate o colunista do Diário Causa Operária, William Dunne, a cantora e militante do comitê contra o golpe de Belo Horizonte, Malu Aires, o chargista Jota Camelo e o diretor do clube do choro, o músico Deni.
O lançamento do comitê foi parte também de uma edição especial do programa de cultura da Causa Operária TV, o Uzwela, apresentado todas as quintas-feiras por Henrique Áreas e Renato Dias, ambos membros do Grupo por uma Arte Independente, o GARI. Durante a apresentação do debate, Henrique destacou a importância política da arte, seu papel revolucionário e a necessidade de se ter uma arte livre e independente, relembrando o que escreveram Trotsky e André Betron no Manifesto por uma Federação Interacional por uma Arte Independente.
Foi destacado também que após o golpe de estado, uma das primeiras medidas dos golpistas foi atacar a arte e os artistas nacionais, com o fechamento do Ministério da Cultura. Após uma intensa mobilização nacional dos artistas, os golpistas acabaram recuando da decisão.
Na sua fala William Dunne, abordou a perseguição política que sofreu pelo golpista João Dória, após ter escrito um conto em que o prefeito é morto como consequência de uma revolta popular. Ressaltou o retorno da censura, tal qual na época da ditadura militar, onde os artistas eram perseguidos devido as suas obras e às críticas ao regime e aos militares.
O chargista Jota Camelo contou um pouco de sua história e seu trabalho. Com o avanço do golpe de estado, o chargista passou a denunciar em seus trabalhos os famosos “coxinhas” direitistas, vestidos de camisas verde amarelas, que foram para as ruas defender o impeachment da presidenta Dilma Rousseff.
A cantora e compositora Malu Aires destacou a importância do Comitê de Luta dos Artistas contra o golpe para agrupar esse setor contra a censura e a perseguição à liberdade de expressão estabelecida pela direita golpista. Malu reforçou a necessidade de se ampliar essa mobilização e se organizar um comitê nacional dos artistas contra o golpe de estado
Representando o Clube do choro, Deni Mastrodomenico abordou um pouco a história do clube e abordou sobre a perseguição que o grupo passou a sofrer com a administração de João Doria, por meio da burocracia, da dificuldade de se obter recursos e corte de verbas para a cultura.
Durante a atividade foi lançado também o Manifesto de Artistas Contra o Golpe, o documento, que será divulgado na internet e para todos os comitês de luta contra o golpe, é um manifesto de resistência e defesa da arte diante da tentativa da direita golpista e fascista, inimiga da cultura, de censurar, perseguir, acabar com a liberdade artística e por abaixo a arte no país.