Ustra, o “herói” de Mourão, assassinava e torturava gente presa e sem chance de reagir

Com o impeachment da presidenta escolhida pela maioria dos brasileiros, o golpe foi consolidado e a direita tomou o poder. Sem nenhum apoio popular, o governo fantoche de Michel Temer serve apenas como uma fachada, uma vez que o atual regime ditatorial vivido no Brasil é controlado nos bastidores pelas Forças Armadas.

Ainda que o Exército não tenha autorização legal para atuar diretamente na política, os generais já explicitaram que são eles quem comandam o país. São vastos os exemplos em que, seja através de postagens em redes sociais, declarações e entrevistas à imprensa burguesa, os capachos do imperialismo tomam partido nos acontecimentos do país, favorecendo a direita. O caso mais recente foi a declaração dada pelo General Antônio Hamilton Martins Mourão, candidato a vice-presidência na chapa de Jair Bolsonaro, a qual ele afirma a possibilidade de haver um “autogolpe” por parte do próximo presidente, com apoio das Forças Armadas, para que essas sejam empregadas.

Na mesma entrevista à Globonews, Mourão elogia a atuação do ex-chefe do DOI-CODI, durante a ditadura militar, Carlos Alberto Brilhante Ustra. Ele é acusado de torturar e matar pelo menos 47 presos políticos nesse período. Para ele, o ditador foi um herói e afirma que “heróis matam” e caracteriza os óbitos como “excessos cometidos”.

Vale lembrar que, no regime ditatorial em que o Brasil se encontra atualmente, os agentes da repressão seguem matando. Em abril deste ano, o Observatório da Intervenção –iniciativa do Centro de Estudos de Segurança e Cidadania da Universidade Cândido Mendes (CESeC/UCAM)– divulgou um relatório em que fala que, em dois meses da intervenção militar no Rio de Janeiro, foram pelo menos 284 mortos, 1.502 disparos e 193 feridos. Registrou-se também 12 chacinas, com 52 vítimas. Nos dois meses anteriores, os números eram menores, sendo 1.299 tiroteios, 6 chacinas e 27 óbitos. Nesse sentido fica claro que a atuação do exército visa expor as comunidades cariocas a situações de verdadeiro terror, além de matar indiscriminadamente.

As declarações e ações práticas das Forças Armadas são um dos demonstrativos da importância da mobilização popular, nas ruas, na luta contra os golpistas. Fica evidente a necessidade da formação dos comitês de autodefesa, bem como de intensificar a campanha pelo único candidato da esquerda capaz de barrar a atuação dos fascistas: Lula. Lutar pela sua liberdade e por sua candidatura, é, assim, a única forma de derrotar o golpe, que massacra os direitos conquistados pelo povo brasileiro.