Unificar o movimento para derrotar o golpe

Nos dias 21 e 22 de julho, os comitês contra o golpe e entidades de todo o país vão se reunir para discutir o golpe de Estado e o seu atual estágio, com a prisão de Lula e o impasse da direita diante da sua candidatura.

A conferência não tem como objetivo apenas reunir a militância para discutir uma política eficaz contra o golpe.

Ela visa a dar um passo no sentido de unificar os milhares de ativistas que estão se levantando contra o golpe em todo o país.

É preciso criar uma rede de comitês que seja capaz de organizar os militantes atualmente dispersos e promover uma ampla mobilização.

Uma vez que esses ativistas estejam organizados e militando como um só corpo contra o golpe e a prisão de Lula, a luta contra o golpe pode ser efetiva e adquirir um caráter de massas.

Muitos se perguntam por que o “povo” não se mobiliza; por que não é capaz de barrar as medidas dos golpistas e por que não se rebela contra a prisão de Lula.

A conferência é uma tentativa de avançar nesse sentido. Se as organizações de massas dos trabalhadores estão no momento incapacitadas para promover essa mobilização, é preciso se organizar de outra maneira. É preciso unificar e centralizar a luta.

A mobilização “do povo”, ou seja, generalizada, de massas, nunca acontece de maneira totalmente espontânea. É preciso prepará-la, por meio de intensa propaganda, capaz de conquistar cada vez mais pessoas para essa luta.

Essa necessidade se revela ainda mais premente num momento em que ficou patente que não há nenhuma saída institucional que favoreça os trabalhadores e a população em geral.

A Justiça, o Congresso e as eleições não permitirão que a vontade popular se expresse contra os golpistas.

Só uma mobilização independente e firme, que atinja cada vez mais as amplas massas de trabalhadores pode solucionar essa situação, ou seja, derrotar o golpe.