Um partido operário na eleição burguesa

Nosso Partido vai comparecer às eleições com 131 candidatos em 17 estados, em todas as regiões do País exceto a região Norte. É o maior número de candidatos e o maior número de estados em que nos apresentamos desde que começamos a disputar as eleições em 1996.

Esse quadro, no entanto, nem de longe representa de maneira transparente e direta o crescimento e o desenvolvimento do PCO desde então. Menos ainda o último período, de 2014 a 2018, em que atuamos na vanguarda da luta contra o golpe de Estado, o impeachment de Dilma e a prisão de Lula. Por quê?

Um partido como o nosso, operário, revolucionário e comunista, não participa das eleições nas mesmas condições – nem mesmo parecidas – que os partidos burgueses garantiram para si. Eles têm o controle sobre as eleições, pelo poder econômico que a classe dominante possui e pelo controle dos meios de comunicação, o monopólio da opinião por meio da imprensa burguesa golpista, cartelizada e adestrada pelo imperialismo estrangeiro.

Nossa campanha eleitoral, portanto, é bastante diferente da campanha dos partidos burgueses, não só na sua forma (porque é uma campanha de um partido pequeno e pobre), mas principalmente no seu conteúdo.

Participamos de todas as eleições nos últimos 22 anos e, em todas elas, apresentamos as reivindicações dos trabalhadores, nosso programa resumido em uma palavra de ordem: “salário, trabalho e terra”, e nossa estratégia: a revolução, o governo operário e o comunismo. Nestas eleições, colocaremos em primeiro plano a questão política fundamental do momento: a luta contra o golpe de Estado, pela derrota dos golpistas, pela libertação do ex-presidente Lula.

A mobilização para o ato deste dia 15 em Brasília, pela liberdade de Lula e em defesa de sua candidatura ameaçada pelos golpistas, é um exemplo de como nosso Partido atua e como vamos atuar durante a campanha eleitoral. A campanha de rua, com panfletos e cartazes, a agitação nas portas de fábrica, bairros operários, universidades, são os métodos de um partido operário. Não vamos comparecer às eleições com santinhos que não têm mais do que a foto, o número do candidato e promessas vazias.

A preparação de um Partido operário para as eleições também é diferente. Diferentemente dos partidos burgueses, em que os candidatos são candidatos de si mesmos, no PCO cada candidatura é a candidatura de um programa político. No nosso Partido, o programa e as reivindicações são o que realmente importam. Para preparar o Partido para tirar o melhor proveito possível da campanha (que é curta e cara), realizaremos nos próximos dias 18 e 19 nossa 29ª Conferência Nacional, para discutir a orientação política do Partido na atual etapa e fornecer uma orientação eleitoral. Nos dias seguintes, 20 e 21, será realizado um seminário eleitoral nacional, para discutir as diretrizes para a organização da campanha eleitoral.

Nas eleições, o PCO vai apresentar sua unidade política e prática, atuando como um só corpo, de norte a sul do País, e convidamos você, militante do Partido, filiado e simpatizante, a participar da campanha conosco e fazer a denúncia do golpe e o chamado à organização da luta contra os golpistas aparecer na campanha e nas urnas, chamando a votar e votando 29.