Trabalho intermitente: a volta do trabalho escravo

Da redação – Com a destruição da CLT pelo golpistas a mando dos grandes capitalistas, o retorno ao trabalho escravo era certo. Agora, há dois anos do golpe sobre a ex-presidenta Dilma Rousseff (PT), essa cruel realidade se confirma e reaparece uma velha “modalidade de contratação” chamada de  trabalho intermitente, prevista na Lei 13.467, onde o trabalhador está à mercê do patrão e sem direito algum.

Essa “reforma” trabalhista, afetou diretamente os registros oficiais, onde, o supervisor do escritório regional do DIEESE (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos) em São Paulo, Victor Pagani, denunciou os últimos dados do Ministério do Trabalho sobre a (não) criação de empregos escancarou o intuito dos golpistas. Em maio, os últimos dados levantados evidenciaram que essa modalidade escravagista chegou a 10% do total.

“Isso corrobora o que vinhamos alertando que a reforma trabalhista por si só não seria capaz de criar empregos”, afirma Pagani. “O que cria empregos é crescimento econômico, investimento público, ampliação de crédito e consumo.”

Para o trabalhador esmagado por essa categoria intermitente, a remuneração ocorre de acordo com as horas efetivamente trabalhadas, assim, na prática, para que possa receber, o empregado precisa ser convocado quando a empresa achar que precisa dele. Que modernização espetacular!

Os dados revelam que em contratos de dois meses, por exemplo, considerando que em um deles o trabalhador não é chamado, se considera que o mesmo, à disposição do empregador, não receberá nada.

A situação é extremamente absurda, pois o sistema capitalista, ao invés de avançar, como dizem os demagogos “liberais” e neoliberais, está levando os trabalhadores de volta às condições de séculos atrás, para o enquadramento de servidão ou de escravidão. Dessa forma, muitos trabalhadores estão tendo que viver de “bicos”, trabalhos arranjados de poucas horas, vendendo produtos nas ruas como ambulante, e assim, obrigatoriamente aumentando horas de trabalho para além das 12 horas com a finalidade de conseguir um salário de sobrevivência.