Tortura no metrô: “playlist” custa R$40 mil mensais

Agora, para tornar ainda mais extenuante o dia a dia do trabalhador, o Metrô inaugurou a tortura musical em suas dependências com o nome de projeto Metrô+Música, promovendo a poluição sonora ininterrupta e maçante por meio de uma playlist musical feita sob encomenda para enlouquecer o usuário.

Piorando aquilo que já é inaceitável,  o espancamento dos tímpanos do povo rende mensalmente a uma ONG Instituto de Cultura e Cidadania (Icult) R$ 40 mil pelo serviço de gestão da sequência musical. O serviço não inclui nenhum tipo de instalação de equipamentos e usa o sistema de som que já existe no Metrô. Segundo reportagem de Rede Brasil Atual, a ONG não está o endereço informado no seu site nem atende os telefones; ainda segundo a RBA, no Portal da Transparência e na página de licitações do Metrô não há qualquer referência à contratação do Icult ou ao projeto Metrô+Música.

Um pegamento tão alto por um serviço trivial parece não tem obviamente justificativa técnica. Contudo, é sabido que o superintendente do Icult, Julio Antonio Arelaro, foi designado membro da Comissão de Avaliação da Execução dos Contratos de Gestão das Organizações Sociais da Área da Cultura em outubro de 2017, segundo o Diário Oficial, pelo então secretário José Luiz Penna. A condição de conselheiro foi reafirmada em abril deste ano. Ou seja, Julio é de casa.

O governo de São Paulo segue assim fazendo uma gestão privada do erário público com uma certeza tão grade de impunidade que chega ao ponto de inventar serviços inúteis para fazer o dinheiro fluir para seus apadrinhados. Em maior ou menor grau esse tipo de conduta constitui o cimento político da burguesia por todo o Brasil.