Temer tira votos: Romero Jucá abandona o governo para tentar reeleição

“Tem que mudar o governo para estancar essa sangria”. A frase, dita por Romero Jucá em uma conversa gravada ilegalmente pela Lava Jato, se tornou uma espécie de prova cabal do caráter criminoso do impeachment de Dilma Rousseff. Os carreiristas do PMDB, PP, PR e tantos outros não estavam minimamente preocupados com o País – deram o golpe apenas para manter seus cargos a salvo diante da ofensiva do imperialismo.

Um dos principais articuladores do golpe foi o senador Romero Jucá. No início do governo golpista, Jucá chegou a ocupar o posto de ministro do Planejamento, mas teve de renunciar após ter sido pressionado pelos donos do golpe. Mesmo após seu retorno ao Congresso, Jucá permaneceu como um dos maiores defensores do governo golpista e foi nomeado presidente nacional do PMDB (agora MDB).

Todo esse apego de Jucá ao governo golpista, no entanto; chegou ao fim. A pouco mais de um mês das eleições, Jucá se encontra em terceiro lugar nas pesquisas de intenção de voto para o Senado em Roraima – resultado insatisfatório para quem planeja ser reeleito.

Para tentar conseguir mais votos e conquistar uma das vagas no Congresso, Jucá decidiu encenar uma ruptura com o governo de Temer. Afinal, aparecer junto ao presidente mais impopular do país tem feito Jucá perder muito voto.

O marco desse suposto rompimento de Jucá foi o anúncio, feito nessa semana, de que sairia da liderança do governo no Senado. A desculpa dada por Jucá foi a de que discordava da forma como o governo de Michel Temer estaria agindo em relação aos imigrantes venezuelanos no Estado de Roraima. Obviamente, não passa de uma desculpa esfarrapada para que Jucá encenasse uma briga com o governo, buscando obter alguns dividendos eleitorais, da mesma maneira que outros candidatos golpistas, como Alckmin e outros, que não querem se apresentar como candidatos do governo golpistas que tem o apoio de apenas 2,7% da população, segundo as pesquisas contratadas e realizadas pela própria burguesia.

O governo golpista se encontra enfraquecido, sem apoio popular e sem a confiança dos donos do golpe. Por isso, é preciso ir para as ruas, exigir a liberdade de Lula e Lula presidente presidente, e pôr abaixo o regime golpistas por meio de uma mobilização revolucionária.