Em breve, José Alberto de Paula Torres Lima e Ana Lúcia Poças Zambelli assumirão o volante da Petrobrás. O que significa representantes da Shell e outras principais concorrentes comandando a estatal brasileira. A partir do dia 26 de abril, na Assembleia Geral da Petrobrás, quando o golpista Michel Temer confirmará esses nomes para o Conselho de Administração, mais importante instância de governo, da Petrobrás.
Essa representação é óbvia conhecendo as indicações.
José Alberto de Paula Torres Lima:
“Foi membro do Conselho da Houston Grand Opera e da ACC American Chemistry Council. Com uma carreira de 27 anos na Shell, exerceu cargos no Brasil e no exterior. Atuou como Vice-Presidente de NBD e Ventures da Shell Chemicals de 2012 até maio de 2016, Vice-Presidente de GNL, Monetização de Gás e Energia Eólica da Shell Upstream Americas – Houston de 2009 a 2012, Presidente da Shell US Gas & Power de 2002 a 2006, Líder de Projetos de M&A na Shell International Gas – Londres de 2001 e 2002, e Gerente de Finanças e Planejamento Corporativo de 1989 a 1996, quando entrou na Shell Brasil. Atualmente, é membro do Conselho de Administração da Prumo Logística”. Literalmente, seu currículo.
Prumo Logística, assim como a Shell, também é uma multinacional e do mesmo ramo. A empresa é controlada pelas acionistas EIG (Global Energy Partners), com 91,7% das ações e pela Mubadala; juntas tem sedes em Hong Kong, Houston, Londres, Seul, Sydney, Rio de Janeiro, Washington e Abu Dhabi (Emirados Árabes Unidos).
E o currículo de Ana Lúcia Poças Zambelli:
“Foi Vice Presidente senior comercial da Maersk Drilling, companhia cujo ‘objetivo geral é se tornar um contribuinte significativo e estável para o lucro do Maersk Group, desenvolvendo e expandindo nossos negócios nos segmentos de ultra-águas ultra-profundas e ultra-severas’; – foi Presidente na América do Sul da Transocean, que define como sua missão ‘ser a principal empresa de perfuração offshore fornecendo serviços de construção de poços baseados em plataformas em todo o mundo … com um foco particular em ambientes tecnicamente exigentes’; e – foi Presidente no Brasil da Schumberger, empresa que se identifica como “fornecedora líder mundial de tecnologia para caracterização, perfuração, produção e processamento de reservatórios para a indústria de petróleo e gás. Fornece a mais abrangente linha de produtos e serviços do setor, desde a exploração até a produção e soluções integradas de poços e tubulações”.
Da mesma forma que José Torres Lima, Ana Zambelli representa as principais concorrentes da Petrobrás. E justamente eles vão assumir a direção da empresa brasileira já no próximo mês. Obviamente defendendo não a soberania nacional, mas os interesses dessas das petrolíferas do imperialismo.
Junta-se a esse fato, os leilões de petróleo que o golpe está fornecendo, muitas vezes, para essas mesmas concorrentes a preço risível, como 4 centavos de real por cada litro de petróleo.
O golpe é isso! Entregar a Petrobrás, o que restou das nossas empresas de fornecimento de água e energia elétrica, privatizar todo o ensino superior e tudo o que o desejo e a criatividade dos imperialistas mandar.
Por isso, a luta contra o golpe continua na ordem do dia. Os golpistas deram o primeiro grande passo com o impeachment contra Dilma Rousseff. E para sustentação e afirmação desse mesmo golpe tentam a todo custo tirar Lula das eleições, prendê-lo e até matá-lo, como fizeram com Marielle Franco, debaixo do nariz na intervenção militar – outro ponto de sustentação do golpe.
É preciso integrar e formar os comitês contra o golpe, convocar e participar das manifestações que o englobem. Além disso, com o avanço do fascismo atuar nas manifestações com comitês de autodefesa, para colocar as milícias fascistas, que são uma minoria, para correr.