Surpresa: Congresso capacho dos militares aprova intervenção no Rio

Quando fechávamos esta edição, estava para ser votada no Senado Federal, a intervenção militar no Rio de Janeiro. Na véspera, a Câmara dos Deputados tinha aprovado. na madrugada,  o decreto do presidente golpista Michel Temer (MDB) que determinou intervenção na segurança pública do Estado do Rio de Janeiro, desde a última sexta (16).

Entre os deputados, a medida teve 340 votos favoráveis, 72 contrários e uma abstenção. Uma votação com larga margem de apoio era esperada no Senado golpista.

Na Câmara, a votação –  como a do impeachment – foi um verdadeiro show de horrores, onde uma parlamentar chegou até encenar um choro quando estava proferindo seu voto em favor da ação golpista.

O mais grave no entanto é o aprofundamento da presença dos militares, que deixam de aparecer como uma espécie de “ajuda” ao governo do Estado para “garantir a segurança” e passa a controlar de maneira direta o governo.

Embora o general-interventor ocupe apenas a secretaria de Segurança, na prática é como se os militares tivessem tomado o controle do governo. Se todo o setor que controle a repressão estatal já está nas mãos dos militares, daí para um controle total da administração do Estado falta apenas uma formalidade. Em segundo lugar, há a fraqueza do governo Pezão que nesse momento, diante de uma crise generalizada no Estado, praticamente perdeu o controle do executivo fluminense. Em grande medida, portanto, a presença de Pezão é meramente uma aparência.

Por fim, é preciso destacar que quanto mais próxima está a possível prisão de Lula, mais a direita golpista prepara o terreno para reprimir a reação popular. O Rio de Janeiro, nesse sentido, é um dos Estados no qual uma reação dos explorados poderia acontecer de maneira mais enérgica, provocando aquilo que os militares chamam de “caos”, ou seja, que os escravos não aceitem a escravidão e se rebelem contra ela.

A aprovação, evidencia uma vez mais o caráter capacho do congresso golpista dominado por todo tipo de políticos corruptos, reacionários e inimigos do povo, cuja Câmara até bem pouco tempo era comandada pelo golpista Eduardo Cunha e hoje tem na presidência um elemento do DEM, partido sucessor da Arena, partido oficial da ditadura militar. Um passo importante dos militares na preparação do golpe militar em escala nacional.